Por Renata Spallicci *
O ambiente de trabalho pode ser tornar um lugar estressante à medida que as exigências crescem somadas às inseguranças vividas no mundo BANI. Neste cenário o líder deve assumir o papel estratégico de cuidar da saúde emocional e da qualidade de vida de seus colaboradores, para que eles se sintam realizados no trabalho.
Levantamento feito em 2017 pelo Instituto Locomotiva e o Grupo Loyalty & Trade Management mostrou que 56% dos trabalhadores formais do Brasil estão insatisfeitos com o emprego. Já pesquisa sobre estresse no ambiente de trabalho, realizada no Brasil e em outros 11 países, pela International Stress Management Association (ISMA-BR), revelou que cerca de 9 a cada 10 profissionais apresentam ansiedade.
Como dito, o líder é peça-chave para que colaboradores se sintam motivados e aperfeiçoem seu desempenho, contribuindo para o bom andamento da empresa. Contudo, nem sempre é fácil exercer essa função com mestria. Confira a seguir algumas características essenciais de um grande líder:
• Empatia: O primeiro movimento para se tornar um líder mais empático é reconhecer que nem todas as pessoas são iguais, evitando julgá-las tomando a si próprio como base. Tratar com desprezo membros da equipe, que, porventura, venham a demonstrar medo ou estresse, abala a zona de segurança psicológica que deve ser criada entre líderes e liderados e faz com que a posição de líder deixe de ser eficaz;
• Flexibilidade: Um líder flexível é aquele que consegue manter uma mente aberta e encontrar o valor em cada indivíduo. Ao mostrar-se disposto a aprender com os outros, o líder descobre como impactar melhor as pessoas ao seu redor de uma forma positiva, deixando-os motivados. Esta habilidade constrói uma equipe forte de indivíduos apaixonados e comprometidos com o objetivo comum da empresa;
• Comunicação transparente: Liderar é também ouvir atentamente as sugestões e questionamentos da equipe e transmitir de forma transparente as melhores orientações em busca dos resultados almejados. Um bom líder deve reconhecer suas vulnerabilidades, admitir quando estiver errado ou mesmo quando não souber algo, e não ter medo de pedir ajuda a seus colaboradores. Para uma orientação sem muito ruídos é fundamental cuidar do feedback.
Os desafios para um líder durante a pandemia
A pandemia de covid-19 aumentou os desafios e as responsabilidades das pessoas que exercem cargos de liderança. Isto porque em momentos de crise a procura por líderes que façam a diferença se torna premente. Nesse sentido, além de suas funções normais, o líder precisa atuar também como um psicólogo.
Se a empatia, a flexibilidade e a comunicação transparentes são relevantes em tempos de bonança, no período de turbulência se tornam imprescindíveis. O líder deve atuar sobretudo como esteio emocional, passando tranquilidade e segurança para que os colaboradores realizem suas funções da melhor maneira possível.
Isso deve ser feito, contudo, sem perder a humanidade. Apesar de colaboradores buscarem líderes firmes e aparentemente sem falhas, mostrar-se humano é essencial para que uma conexão mais forte se instaure, tornando a equipe de funcionários mais inspirada e motivada para enfrentar com firmeza e eficiência os desafios inerentes a tempos tão difíceis.
Dicas para os colaboradores
Da perspectiva dos colaboradores, algumas atitudes também podem ser tomadas para que o ambiente de trabalho não seja fonte pura de stress e ansiedade. Tais como:
• Passar a limpo qualquer rusga com outros colaboradores;
• Respeitar os horários de intervalo (café, almoço e lanche) para descansar e não resolver problemas;
• Estabelecer um planejamento de metas a ser realizado durante o dia, com a definição de prioridades
• Manter o ambiente de trabalho organizado;
• Procurar mudar alguns aspectos da rotina a fim de torná-la menos maçante e mais atrativa;
• Buscar cercar-se de pessoas positivas, que elevem o ânimo;
• Responsabilizar-se pelo próprio dia, sendo ele bom ou ruim, evitando descarregar as frustrações em outros;
• Procurar auxílio de um colega ou de um superior quando não conseguir resolver os problemas sozinhos
* Renata Spallicci – Formada em engenharia química, trabalha há quase duas décadas na Apsen Farmacêutica. Tornou-se vice-presidente em 2020. Começou como estagiária e passou por todos os departamentos, antes de assumir o segundo cargo mais importante da empresa, o que fez com que adquirisse bastante experiência profissional e no trato com as pessoas.
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