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Fintech do Bradesco compra a carteira digital DinDin

Stéphanie Fleury - CEO - Din Din

Na última semana de setembro o Bradesco anunciou a aquisição da carteira digital, DinDin, fintech paulistana, por sua fintech, Bitz, que atua no mesmo segmento.

Como é de costume no mercado de M&A, a formalização do negócio depende da aprovação do Banco Central e outras entidades reguladoras, o respectivo valor do negócio não foi informado.

A compra é estratégica para o Bitz e a expectativa é de que ela acelere a aquisição de conhecimento e traga um time experiente, algo considerado crucial para o plano de expansão do Bitz. O negócio está em linha com a estratégia de crescimento da nova empresa do Bradesco.

Curt Zimmermann, presidente executivo do Bitz em comunicado comenta: “Queremos conquistar uma fatia entre 20% e 25% do mercado de carteiras digitais no prazo de três anos. Devemos fazer mais uma aquisição ainda esse ano, com o objetivo de acelerar a estruturação do time e de crescer o negócio”, afirma.

O anúncio do negócio foi feito no mesmo dia em que a plataforma digital do Santander Brasil, a Pi, divulgou a compra de 60% da controladora da Toro Investimentos.

Stéphanie Fleury, sócia-fundadora e CEO da DinDin, que também é advisor no Shark Tank Brasil, é a primeira mulher a vender uma startup para o Bradesco, comenta: “Uma das coisas que mais nos motivou na proposta do Bradesco foi a confiança que demonstraram na nossa equipe. A expertise acumulada nesses quatro anos de operação e o mindset de startup irão ajudar a construir o Bitz com mais agilidade e foco na inovação”, relata.

A DinDin, que nasceu com o objetivo de ser uma carteira digital, possui uma solução completa em serviços financeiros, além de funcionalidades como pagamento de contas, recarga de celular e cartão pré-pago.

No ano passado, a DinDin lançou o aplicativo DinDin Mesada com a proposta de educar financeiramente os jovens e ajudar a família no planejamento e controle de seus recursos.

O Bitz terá estruturas societária e financeira independentes, mas contará com a expertise e escala que o Bradesco oferece, assim como sua forte distribuição e solidez.

Em comunicado a Cielo disse que foi escolhida como prestadora de serviços de tecnologia do Bitz.

A proposta do Bitz é possibilitar que os clientes mantenham dinheiro na carteira digital para fazer pagamentos de contas diretamente do celular, além de outras funcionalidades, como transferência de valores entre contas Bitz, TEDs, recarga de celular, crédito, inclusão de cartões Alelo Alimentação e Refeição e pagamentos via QR Code em estabelecimentos que possuam maquininha Cielo, disponível em mais de um milhão e meio de estabelecimentos em todo o Brasil. O saldo que permanecer o Bitz, terá rendimento diário que corresponde a 100% do CDI.

A DinDin foi fundada em 2016 por Stéphanie Fleury (CEO), Juliana Furtado, Renato e Brunna Beccaro, com uma carteira digital. Hoje, a empresa oferece cartões internacionais e soluções para empresas.

Segundo a revista Exame, a ideia do negócio foi de Fleury, que queria trazer para o Brasil o modelo digital de envio de dinheiro entre amigos que a startup Venmo tinha nos Estados Unidos.

Na época, o modelo não era popular no país e empresas como PicPay ainda estavam começando sua trajetória.

Entre os serviços oferecidos pela DinDin, estão contas digitais para pessoas físicas e jurídicas, transferências gratuitas entre pessoas, pagamento de contas e recarga de celular, além de um cartão virtual para compras online.

No início da operação da fintech, foram os próprios sócios que financiaram o crescimento da empresa.
Em 2018, após ter atingido um certo nível de tração no mercado, a startup captou investimento adicional de 46 investidores anjos individuais através de uma outra fintech brasileira, a EqSeed, plataforma voltada a investimentos no mercado crowdfunding.

Em um total de 12 dias, a empresa captou R$ 600 mil através da EqSeed, o que foi um recorde da plataforma. No ano seguinte, a DinDin foi finalista do Visa Everywhere Initiative: Women’s Global Edition.

Com a venda para o Bradesco, esse é o primeiro caso de exit da EqSeed.

“Os investidores da nossa plataforma enxergaram esse potencial na empresa em 2018 e agora serão premiados com um retorno significativo no seu investimento em apenas dois anos”, destaca Brian Begnoche, economista e sócio-fundador da EqSeed.

O mercado financeiro brasileiro vem passando por grandes mudanças. Com o desenvolvimento das tecnologias e o surgimento das fintechs, startups da área financeira e dos bancos digitais, a maneira como as pessoas se relacionam com o dinheiro e suas transações está paulatinamente, se diversificando de modo que ninguém mais precisa ficar preso a um banco ou uma financeira, com todos seus juros altos e taxas sobre todas as operações.

Apesar de não estar ainda em pé de igualdade com os grandes bancos, as fintechs tem se tornado grandes empresas que conseguem competir dentro do cenário dessa nova realidade.

Um levantamento do Finnovation mostrou que o número de startups que atuam nesse segmento quase dobrou entre o fim de 2016 e o meio de 2018, chegando a quase 400 delas.

A vantagem primordial das fintechs e dos bancos digitais é que eles conseguem oferecer serviços com taxas, preços e cobranças mais baixos que as instituições financeiras tradicionais. Tudo por conta da tecnologia, que permite as startups trabalharem com uma estrutura menor, total ou parcialmente online, sem necessidade de gastos com pessoal e locação de espaços, além de trazer a praticidade de o cliente conseguir fazer tudo através do celular, sem a necessidade de ir à uma agência, evitando gastar tempo fazendo deslocamentos e ainda ter de enfrentar grandes filas, o que já é uma grande vantagem.

A força das fintechs é tão grande que até mesmo alguns grandes bancos criaram suas startups para oferecer esse novo modelo de serviço aos clientes.

Fontes: Exame, IT Forum, Forbes1, Forbes 2, Baguete, Terra, Empreenda com Êxito, Startupi, Einvestidor, Fusões e Aquisições

 

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