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Ser Educacional anuncia acordo de compra da Laureate Brasil

No dia 13, o Grupo Ser Educacional, um dos maiores conglomerados educacionais do país, informou que deve assumir todas as operações brasileiras da Rede Internacional de Universidades Laureate por valor estimado de 4 bilhões de reais.

A nova Ser, que já é listada no Brasil, passará a ter suas ações negociadas nos Estados Unidos. Para atender aos padrões de governança estabelecidos pela lei Sarbanes-Oxley (SOX), a empresa irá criar comitês de integração e de auditoria.

Nos termos da transação, o Grupo Ser ficará com 100% das operações da Laureate no Brasil, pagará à mesma 1,7 bilhão de reais em caixa no fechamento da transação e assumirá uma dívida líquida estimada e 623 milhões de reais. Adicionalmente, a Laureate receberá 44% de ações da nova companhia.
Dependerá da conclusão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o respectivo negócio.

É facultado à Laureate o mecanismo “Go Shop”, podendo ativamente solicitar e aceitar propostas vinculantes superiores à feita pelo Grupo Ser, que poderão ser apresentadas por terceiros interessados, num período de 30 dias contados da data da celebração do contrato, que seria até o dia 13 de outubro.

“Havendo proposta vinculante superior nesse prazo, o Grupo Ser Educacional terá ainda a preferência em igualdade de condições que, se não for exercida, facultará à Laureate terminar a transação, pagando para o Grupo Ser Educacional uma multa contratual rescisória de 180 milhões de reais”, diz a nota que confirmou o negócio.
Não havendo novas propostas, a transação está prevista para ser concluída até o final de 2021.
Isso levará a Ser ao quarto posto entre as maiores empresas de ensino superior do país, caso seja concretizada tal operação.

Atuando em sete estados e 13 cidades, a americana Laureate possui 50 campi universitários, com cerca de 267 mil estudantes no país. No Rio Grande do Sul, é dona da UniRitter e da Fadergs e no Rio de Janeiro, da IBMR.
O Centro Universitário FMU e a Universidade Anhembi Morumbi (UAM), em São Paulo, estão entre as instituições mais conhecidas do grupo.

O Grupo Ser Educacional, que surgiu em 1994, com um curso para preparar candidatos de concursos públicos, está presente em 26 estados e no Distrito Federal, com uma base consolidada de aproximadamente 185 mil alunos, sendo um dos maiores do Brasil e líder nas regiões norte e nordeste em alunos matriculados.

No ano, as ações da Ser acumulam queda de 46,70%, enquanto as ações de suas concorrentes Cogna (ex-Kroton) e Yduqs (ex-Estácio), tem respectivas perdas de 50,13% e 41,28%.

Caso seja feita a negociação, a Ser reunirá aproximadamente 450 mil alunos nas modalidades de ensino presencial e à distância, no total, com mais de 100 campi universitários, mais de 500 polos de ensino à distância e presença em 26 estados, além do Distrito Federal.

O atual controlador e fundador do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz, continuará no comando da empresa, segundo comunicado.
Atualmente Diniz possui 57,36% das ações da Ser e passará a deter 32,1% da nova companhia, mas ainda mantendo seu direito de voto como maior acionista individual e com direitos de acionista principal.

Diniz ressalta: “O Grupo Ser Educacional, durante os seus 17 anos de trajetória, sempre buscou crescer de forma orgânica e por meio de aquisições. A negociação traz benefícios para ambas as companhias e permitirá ao Grupo Ser, dar um passo grandioso na consolidação do setor educacional brasileiro”.
Em relação à Laureate, Diniz também argumenta: “A Laureate Brasil é referência de oferta de cursos na área de saúde, especialmente em medicina, com mais de 800 vagas anuais. Concluindo a incorporação, iremos agregar 11 instituições de ensino ao nosso portfólio e ampliar nossa presença em quase todos os estados do Brasil, consolidando o grupo como um player nacional”.

Além da Ser Educacional, a Cruzeiro do Sul também havia demonstrado interesse pelos ativos da Laureate Brasil, mas a grande participação das duas empresas em São Paulo era visto como um empecilho para o negócio ser aprovado pelo Cade.

A Laureate está conseguindo desenvolver maior eficiência operacional nos pilares que tem sido o foco da companhia no período pós-Fies, que são os investimentos no EAD, o aumento das vagas de medicina, o crescimento orgânico e via fusões e aquisições. Dessa forma, o cenário para a Ser com a aquisição da Laureate no Brasil é bastante positivo.

Fontes: Isto é Dinheiro, Jovem Pan, Forbes, CNN Brasil, Terra, IG, Jornal do Comércio, Infomoney, Exame, Veja

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