Comércio Editorial

Walmart muda de nome no Brasil e prevê investimento de R$ 1,2 bi

Rede vai passar a se chamar Grupo Big e terá foco maior nos formatos de atacarejo; 100 lojas devem ser reformadas até 2020

Pouco mais de um ano depois de ser adquirido pelo fundo de private equity americano Advent no Brasil, o Walmart vai abandonar a marca da rede americana para se tornar Grupo Big no País. Ao longo dos próximos 18 meses, a rede pretende investir R$ 1,2 bilhão na modernização e ampliação de lojas. A mudança de marca foi adiantada pelo ‘Estado’ na semana passada.

Em distante terceiro lugar em relação a Carrefour e GPA no varejo de alimentos, o grupo tem sete marcas: Big, Bompreço, Mercadorama, Sam’s Club, Maxxi e Todo Dia, além do próprio Walmart. Em 2017, a rede faturou R$ 28 bilhões no País, cerca de 50% da receita de Carrefour e GPA, líderes do setor.

O Grupo Big diz que uma de suas prioridades será aumentar a participação no atacarejo. A rede Maxxi está realizando a modernização de 43 lojas e dez hipermercados estão sendo convertidos em atacarejo.

As lojas de hipermercado Walmart nas Regiões Sul e Sudeste passarão a se chamar Big, enquanto no Nordeste, todos os hipermercados serão Big Bompreço. Até junho de 2020, segundo o grupo, a expectativa é concluir a reforma de 100 hipermercados.

A empresa anunciou ainda que o Sam’s Club terá, em um período de um ano, dez novas lojas. A primeira será inaugurada no início desse segundo semestre e, até o final do ano, mais três unidades serão abertas. Esse movimento faz parte do projeto de conversão de hipermercados em Maxxi Atacado e Sam’s Club.

Erros em série

A mudança reflete a série de erros que o Walmart cometeu desde o início de suas operações por aqui, em 1995, disse Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, na semana passada.

O lema “preço baixo todo dia” nunca foi entendido pelo consumidor brasileiro. “A estratégia promocional é incentivo para o consumidor ir à loja. Sem ela, a frequência fica comprometida”, diz. “Além disso, o cliente não achava que, na soma do carrinho, o Walmart era mais barato que as outras.”

Sob o comando de Luiz Fazzio – que teve passagens por GPA, Carrefour e C&A e é sócio minoritário do Walmart Brasil –, a varejista está seguindo a estratégia das líderes do setor no que se refere à reorganização de lojas.

Fontes do setor duvidam que a estratégia de priorizar o atacarejo possa resolver os problemas do grupo até porque Assaí e Atacadão – do GPA e do Carrefour, respectivamente – são marcas maduras e que continuam a se expandir. “A concorrência percebeu a rejeição ao hipermercado antes e está mais adiantada no processo de reformatação de lojas”, disse Beeck.

Fonte: Estadão

Sobre o autor

Wagner Marcelo

Atua profissionalmente como arquiteto de inovação, gerando e fomentando ecossistemas empreendedores e tecnológicos, tendo como missão o desenvolvimento de negócios disruptivos.

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