Nos dias 29 e 30 de maio deste ano, o Coordenador do Grupo de Startups da PUC-SP, Wagner Marcelo Miranda – a convite da Prefeitura de Boa Vista (RR) – palestrou no “Fórum Cidade Inteligente e Humana – Boa Vista 2020”, ao lado de gestores públicos falou sobre desenvolvimento econômico.
O objetivo foi colaborar com a formação de um ecossistema forte e crescente no Estado de Roraima. Foram apresentados ideias e resultados das ações que a empresa de participações e pré-aceleradora de inovação Ignitions Inc. tem produzido com startups, em São Paulo.
Sendo, hoje, um dos principais fomentadores do ecossistema empreendedor no Brasil, Wagner compartilhou insights e sugeriu a criação de encontros com quem pretende criar ou desenvolver uma startup. Autoridades, tais como a Prefeita Teresa Surita, o Vice-Prefeito Arthur Henrique e do Senador da República Romero Jucá ouviram algumas propostas, que podem entrar como piloto, ainda em 2017, nas políticas públicas de Boa Vista.
Acompanhe a entrevista, abaixo, e saiba o que Roraima pode produzir de inovação para o Brasil e para os países vizinhos, nos próximos anos:
1 – WAGNER, QUAIS FORAM OS OBJETIVOS DE SUA APRESENTAÇÃO?
Minha missão foi debater como realizar o desenvolvimento econômico de Boa Vista, apoiando o ecossistema empreendedor, com o intuito de impactar na retenção de talentos no município e para a criação e desenvolvimento de novos negócios digitais, desde que escaláveis.
Palestrei a convite do Vice-Prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique, juntamente com Hélio Zanona, Marlon Buss, da Prefeitura, com o propósito de gerar reuniões de trabalho. Foram apresentadas diversas propostas à gestão municipal sobre implementação de políticas empreendedoras a serem criadas na capital e no interior do Estado de Roraima.
2 – QUAIS SÃO AS POTENCIALIDADES QUE RORAIMA APRESENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR FORTE?
As cidades de Roraima têm potencial como qualquer outra cidade brasileira. Mas os pontos fortes em negócios, com base tecnológica (TICs), é possível que os empreendedores locais consigam escalar para o país inteiro suas soluções.
Outro fator interessante diz respeito à internacionalização, pois Roraima faz fronteira com a Venezuela, Guiana e está próximo à Colômbia. Uma hora a crise na Venezuela acabará e oportunidades devem surgir para quem empreende na região Norte.
3 – E QUAIS SÃO AS INICIATIVAS E INFORMAÇÕES QUE MAIS CHAMARAM SUA ATENÇÃO?
O trabalho do Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), com foco na alavancagem de novas tecnologias e produção de conhecimento, e a parceria das startups com o SEBRAE de Roraima chamaram muito minha atenção. Ainda em construção, o relacionamento com universidades para a criação de polos de inovação e tecnologia é o próximo passo que observo.
4 – PARA CRIAR UMA CULTURA EMPREENDEDORA NO ESTADO DE RORAIMA, O QUE OS EMPREENDEDORES, A PREFEITURA E OS STAKEHOLDERS DEVEM SABER OU FICAR ATENTOS?
Conversamos muito com a Prefeita Boa Vista Teresa Surita, com seu vice, Arthur Henrique e com o Senador Romero Jucá sobre a necessidade de se criar programas de incentivo ao empreendedorismo que seja frequente, para o desenvolvimento da Cultura Empreendedora no Estado. Hoje, trocam-se de governos locais e muda tudo, enfraquecendo a continuidade dos incentivos às startups de inovação e tecnologias.
Pretendemos ajudá-los na implementação dos Encontros de Jovens Empreendedores (EJES), que hoje está presente em diversas cidades. Nas universidades, em escolas públicas, nas escolas técnicas, para conseguirem realizar ações consistentes e contínuas.
5 – POR FIM, VOCÊ ACREDITA QUE OS EMPREENDEDORES DA REGIÃO NORTE, ESPECIFICAMENTE DE RORAIMA, PODEM PRODUZIR SOLUÇÕES CAPAZES DE AJUDAR AS CIDADES, OS ESTADOS E ATÉ O PAÍS?
Vale ressaltar um fator que chamou minha atenção foi no acesso direto que empreendedores locais podem ter aos gestores locais, tendo uma dinâmica bem mais ágil do que nas grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades importantes para nossa economia.
Se unidos, Prefeitura, SEBRAE, Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação, universidades e empreendedores podem receber muito apoio e acelerar o processo, devida ao tamanho de Boa Vista e de suas cidades.
Atualmente, o foco das startups giram em torno de soluções para problemas sociais e empresariais locais, como por exemplo, agendamentos em órgãos municipais, tecnologias para saúde, sustentabilidade, para denúncias e para o controle de desmatamentos, entre outras.
O CCTI fornece cursos de programação e robótica para as crianças de escolas públicas de Boa Vista, elas aprendem a utilizar a tecnologias como um meio e não um fim para solução de problemas sociais. “Foi sensacional também participar de uma sessão de mentoria junto a empreendedores locais realizado pelo Sebrae, deixei a mensagem que por meio da Tecnologia da Informação é possível atuar globalmente independente de onde está localizada a base da empresa.”
* Entrevista cedida a Thiago Ermano da Comunicar Bem Comunicação e Relacionamento
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