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Santander anuncia aquisição de 60% da Toro Investimentos

Na última semana de setembro, o Grupo Santander anunciou que adquiriu o controle de 60% da corretora Toro Investimentos por meio da subsidiária Pi.

O anúncio segue uma agenda recente e cada vez mais intensa de investimentos e estratégias nesse mercado de crescimento exponencial, sejam elas promovidas por nomes mais tradicionais ou por bancos digitais e fintechs que ganharam escala no setor financeiro nos últimos anos.

O banco Santander informa que sua subsidiária, Pi Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, celebrou junto aos acionistas da Toro Controle e Participações, acordo de investimento e outras avenças, pelo qual, uma vez efetivada a operação, passará a deter a titularidade de 60% do capital social da Toro Controle, holding que controla a Toro Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e a Toro Investimentos.

A transação está sujeita à aprovação dos órgãos regulatórios e o valor da negociação não foi divulgado.

Pelos termos do acordo, caso seja aprovado, a Toro deverá ser a marca remanescente da nova operação. A transação envolverá a compra de ações, aumento de capital e aporte de ativos operacionais da Pi (outra corretora de banco) que também emprestará suas cores ao logotipo da nova empresa.

O executivo, Gabriel Kallas seguirá no cargo de CEO e o atual CEO da Pi, José Clemenceau, assumirá a função de COO.

“A associação com uma instituição como o Santander nos dará condições de atingir novos segmentos de mercado e ganhar escala sem abrir mão de nossas premissas fundamentais, de garantir ao investidor liberdade para fazer suas escolhas, simplicidade para gerir seus recursos e conhecimento sobre o mercado, por meio de nossos serviços de informação e assessoria”, explica Gabriel Kallas.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Santander Brasil afirmou: “Com a unificação das operações, cada empresa contribuirá com seus diferenciais de mercado para a formação de uma plataforma completa de produtos de renda fixa e variável, com expertise, tecnologia e escala para atuar com protagonismo e liderança no crescente mercado brasileiro de investimentos”.

O reforço para a Pi ocorre em um momento favorável para a renda variável. Isso porque, segundo o banco, o cenário de juros em patamares baixos tende a estimular, cada vez mais, a demanda por renda variável.

“Percebemos que a Pi e a Toro são duas legítimas representantes da mais nova geração das plataformas de investimento. Ambas são catalizadoras da desintermediação e democratização de produtos antes reservados a clientes com mais recursos”, afirma Alberto Monteiro, vice-presidente executivo de Wealth Management do Santander, por meio de nota.

Além de somar as carteiras de clientes, a nova empresa irá se beneficiar da infraestrutura tecnológica autônoma da Toro, que oferece facilidade de navegação e transação para investidores de varejo e também contará com o modelo de atuação B2B, desenvolvido pela Pi para atuar junto a clientes como family offices, gestores e consultores de investimentos.

À parte desses planos, a transação também abre caminho para que o portfólio do próprio Santander seja plugado na plataforma da nova operação, algo que hoje não acontece com a Pi.

O acordo ocorre cerca de um ano depois que o presidente-executivo da Pi, Felipe Bottino, afirmou que a companhia tinha adotado uma estratégia de consolidação no mercado de corretoras de valores.

A Pi foi lançada pelo Santander Brasil em março de 2019 como uma plataforma aberta de investimentos 100% digital, com uma ampla oferta que inclui mais de 240 produtos de renda fixa.

Por sua vez, a Toro foi criada em 2010, em Belo Horizonte, sendo a primeira plataforma brasileira a montar uma estrutura completa e autônoma de corretagem de valores e, há dois anos passou a atuar na intermediação de transações de valores mobiliários.
Com seus diferenciais tecnológicos e de assessoria financeira, tem se beneficiado do crescente interesse dos brasileiros pela diversificação de investimentos, em especial em renda variável, Nos últimos cinco meses, a Toro saltou da vigésima para a décima segunda posição na B3 em volume de negócios.

A companhia tem entre seus investidores três fundadores da Localiza: os irmãos Flávio e Antônio Cláudio Brandão Resende e Eugênio Mattar, que também atua como CEO da empresa de aluguel de carros.

Ambas as empresas tem entre seus diferenciais a oferta de serviços predominantemente digitais.

O Santander anunciou que no mês passado passou a deter a titularidade de 80% do capital social da Gira, fintech de recebíveis do agronegócio. As soluções do Gira incluem ainda a revisão e registro de forma digital das garantias fornecidas no âmbito dos contratos comerciais e o monitoramento contínuo do desenvolvimento das culturas como forma de acompanhamento de riscos.

Em 2015, a participação de mercado do Santander no financiamento ao agronegócio saiu de 2,33% para 3,22% em 2016 e subiu para 4,64% em 2017, 5,35% em 2018 e encerrou 2019 com 6,03%.
Segundo dados informados pela empresa, em junho deste ano, atingiu 6,25%.

Até o mês de agosto, quase 3 milhões de investidores pessoas físicas estavam registrados para operar na bolsa brasileira. Há dois anos eram pouco mais de 800 mil cadastrados. Ainda assim, o índice de participação de pequenos investidores no mercado é inferior à média de 5% da população em países emergentes e 40% nos Estados Unidos.

O volume de ativos sob gestão no Brasil deve subir cerca de 15% ao ano durante o período de 2020 a 2025, enquanto o volume de recursos destinados à renda variável crescerá aproximadamente 30% ao ano em média, durante o mesmo período. Essa é a estimativa de diferentes analistas de mercado.

Fontes: Startupi, Neofeed, Forbes, CNN Brasil, Bol, einvestidor, Exame, Extra,

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