O grupo Starboard, companhia brasileira de private equity (que compra participação em empresas) e de reestruturação, está prestes a fechar a compra do controle da varejista Máquina de Vendas.
Fontes afirmaram que a empresa, que tem sociedade com o fundo americano Apollo, poderá fazer aporte de capital na varejista, que reestruturou recentemente dívidas de R$ 1,5 bilhão.
A empresa – resultado da fusão da Ricardo Eletro, do empresário Ricardo Nunes, e da Insinuante, de Luiz Carlos Batista, em 2010 – está nos últimos anos em busca de um investidor para injetar recursos no negócio, que tem sofrido bastante com a crise econômica.
Se a Starboard concluir a operação, as participações de Nunes e Batista serão diluídas. Ricardo Nunes tem 55%; Batista, 42,7%; e a família Salfer, outros 2,3%. O total de participação da Starboard no negócio não foi informado.
Com faturamento de cerca de R$ 5,2 bilhões, a Máquina de Vendas tem 650 lojas. A varejista chegou a ter 1,2 mil lojas no País, mas com a crise teve de enxugar o negócio.
A Starboard foi contratada pela varejista para reestruturar uma dívida de R$ 1,5 bilhão com fornecedores. Está na mesa também a injeção de R$ 500 milhões por meio de aumento de capital.
No ano passado, a Máquina de Vendas começou a renegociar seus pesados débitos com os bancos.
A empresa de reestruturação deverá concluir nas próximas duas semanas auditoria na companhia. Em dificuldades financeiras há vários anos, a Máquina de Vendas precisa dos recursos para recompor os estoques e consolidar sua expansão.
Hoje, a falta de crédito junto aos fornecedores tem gerado carência de produtos, especialmente em equipamentos como TV e aparelhos de som.
Dona das redes Ricardo Eletro, Insinuante, City Lar, Salfer e Eletro Shopping, a companhia é a terceira maior varejista do segmento de eletroeletrônicos, atrás da Via Varejo e Magazine Luiza.
Além de reestruturar dívidas, a Starboard tem um fundo que até agora soma US$ 275 milhões e deve chegar a US$ 325 milhões. Além disso, em dezembro do ano passado, o fundo americano Apollo comprou 20% da empresa brasileira.
O fundo faz a gestão de US$ 249 bilhões em ativos no mundo. Isso capitalizou a companhia para ir às compras.
No fim do mês passado, a empresa fez uma proposta firme para adquirir a participação da Odebrecht na SuperVia, concessionária de transporte ferroviário de passageiros do Rio.
Embora tenha sido direcionada ao grupo baiano, o negócio pode se estender a 100% da empresa caso os demais acionistas se interessem pelo negócio. Procuradas, Máquina de Vendas e Starboard não comentaram o assunto.
Fonte: Diário do Comércio
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