Editorial TIC's

Visa adquire a fintech brasileira Pismo por R$ 4,8 bilhões

Fundadores: Juliana Motta, Ricardo Josua, Daniela Binatti e Marcelo Parise.

Visa anunciou a compra da startup de serviços bancários Pismo no Brasil por US$ 1 bilhão, ou R$ 4,8 bilhões, pago à vista, sendo a maior transação privada envolvendo uma fintech brasileira e o quinto maior negócio com uma startup no mundo em 2023.

A Visa ganhou a batalha pelo ativo travado com o rival Mastercard, que também tentou comprar a startup que serve grandes bancos com pagamentos e serviços na nuvem.

A compra da Pismo posiciona a Visa na oferta de soluções de processamento bancário e de emissão para cartões de débito, pré-pago, crédito e empresariais por meio de APIs nativas em nuvem. No Brasil, a Pismo também vai permitir que a Visa ofereça suporte e conectividade para transações como o Pix.

“Por meio da aquisição da Pismo, a Visa pode servir melhor nossos clientes instituições financeiras e fintechs com soluções bancárias e de emissão diferenciadas que eles podem oferecer aos seus clientes finais”, diz em nota Jack Forestell, líder global de Produtos e Estratégia da Visa.

Para a Visa, essa é a primeira grande consolidação desde 2021, quando a empresa assinou um acordo para a compra da Tink, plataforma europeia de open banking, por US$ 2,2 bilhõess.

A Pismo atende a bancos, fintechs, marketplaces e outras instituições financeiras, fornecendo tecnologias que modernizam os sistemas usando soluções baseadas em computação em nuvem em vez de linguagens de programação antigas, como o Cobol.

A empresa ganhou clientes importantes como Citi, Itaú, Revolut, N26 e Cora. O gerenciamento de ativos da B3, a identificação de boletos bancários e o processamento de pagamentos para o aplicativo Iti e do Itaú são algumas das soluções.

Hoje mais de 70 milhões de contas são hospedadas na plataforma, movimentando mais de US$ 200 bilhões anualmente.

Além do mercado brasileiro, a Pismo expandiu sua operação para outros países da América Latina, EUA, Europa, Índia, Sudeste Asiático e Austrália.

Ricardo Josua, fundador e CEO da Pismo, afirma que a Visa ajudará na expanção da empresa. A fintech afirma que, mesmo com a aquisição, manterá a atual equipe de gestão, que permanecerá baseada em São Paulo.

A Pismo foi fundada em 2016 por Daniela Binatti, Ricardo Josuá, Juliana Motta e Marcelo Parise. O grupo já tinha criado e vendido a Conductor, hoje Dock, que tem o mesmo modelo de atuação, para a gestora Riverwood Capital. Em 2018, a própria Visa fez um investimento na companhia.

A venda da gigante de pagamentos brasileira encerra um período de sete anos em que a empresa atraiu acionistas como Redpoint eVentures, Softbank, Amazon, Itaú e B3 com apenas duas rodadas de capital. Accel Partners, Headline Ventures e Falabella Ventures são alguns dos investidores adicionais na fintech.

O valuation de saída marca um retorno de 4x em comparação à Série B levantada em outubro de 2021, quando a startup levantou US$ 108 milhões.

O negócio deve fechar até o final do ano, após passar por aprovações regulatórias e outros requisitos comuns.

A Goldman Sachs e Wilson Sonsini assessoraram a Pismo. Pinheiro Neto assessorou em questões da lei brasileira. A Visa trabalhou com o Skadden e o Mattos Filho.

Fontes: CNN, Época Negócios, Exame, Valor, Startups, Brazil Journal

 

Sobre o autor

Wagner Marcelo

Atua profissionalmente como arquiteto de inovação, gerando e fomentando ecossistemas empreendedores e tecnológicos, tendo como missão o desenvolvimento de negócios disruptivos.

Adicionar comentário

Clique aqui para comentar

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.