Comércio Editorial

C&A transforma B3 em vitrine durante oferta inicial de ações

Varejista de moda, que chega à bolsa paulista com valor de mercado de R$ 5 bilhões, colocou araras de roupa, chão com estampa de calçadão e modelos para marcar o IPO

A B3 virou vitrine da varejista C&A por um dia, na cerimônia de sua estreia como companhia de capital aberto. Araras de roupas da loja, chão estampando um “calçadão” e modelos marcam o evento da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da varejista de moda no Brasil, que movimentou R$ 1,63 bilhão.

A empresa chega à bolsa com um valor de mercado de R$ 5 bilhões sob o código “CEAB3″. A cerimônia será transmitida para funcionários da C&A na Holanda, que no mundo sempre foi conhecida pela sua discrição, em especial em relação aos seus números financeiros.

Aqui no País, contudo, essa dinâmica foi quebrada na operação, em que a empresa teve que abrir seus dados para a oferta. Do volume da oferta, 70% ficou com investidores brasileiros, com os fundos bastante capitalizados diante do cenário de juros baixos. Da oferta primária foram vendidas 49,3 milhões de ações, o correspondente a R$ 813,698 milhões.

Fundada em 1841, na Holanda, a C&A tem filiais em mais de 20 países. Chegou ao Brasil em 1976 e hoje conta com mais de 280 lojas e cerca de 14 mil funcionários no país.

Subsidiária indireta da suíça C&A AG, controlada pelo grupo holandês COFRA, a C&A do Brasil se torna a primeira companhia aberta da história do grupo.

Participaram do evento, pela B3, o CEO, Gilson Finkelsztain, e o diretor de Relacionamento do Clientes Brasil, Felipe Paiva. Pela C&A, estavam presentes o CEO, Paulo Correa, e membros da diretoria executiva da empresa.

“O tamanho e o sucesso dessa operação da C&A contribuem muito para aproximar os investidores pessoas físicas da Bolsa. Também consolida a presença do varejo brasileiro na Bolsa, temos quase todas as matrizes aqui. E comprova essa mudança estrutural que a gente está vivendo, com os investidores buscando diversificação para os seus ativos e boas empresas”, afirmou Gilson Finkelsztain.

Em seu discurso, Paulo Correa, CEO da C&A, ressaltou: “Estamos muito orgulhosos em listar nossa empresa na Bolsa de Valores de São Paulo, pois trabalhamos duro para chegar até aqui. Prosseguiremos com o nosso grande objetivo: ser uma plataforma que conecte os indivíduos de maneira democrática e inclusiva”, disse. “Além disso, continuaremos a cumprir nossa estratégia de longo prazo, direcionando nossos esforços e investimentos para desenvolver e inovar nossas operações de maneira sustentável e responsável, gerando valor para nossos acionistas.”

Com a C&A, o Novo Mercado, segmento que exige a adoção das mais elevadas práticas de governança corporativa, transparência e acesso às informações pelos investidores, passa a contar com 140 empresas.

OUTROS DETALHES DO IPO

Uma outra tranche do mesmo tamanho foi vendida na oferta secundária, a qual funcionou para a venda parcial de ações detidas pela Cofra Holding, da família fundadora Brenninkmeijer. Com a demanda, os coordenadores da oferta colocaram o lote adicional, que foi 100% secundário, por isso o tamanho da oferta primária e secundária foram, no final, iguais.

Da oferta primária, que colocará dinheiro nos cofres da companhia, 90% dos recursos captados serão utilizados para o pré-pagamento de empréstimos entre empresas do mesmo grupo. No mercado essa transação foi chamada de “oferta secundária disfarçada”.

Apenas 10% dos recursos que irão ao caixa serão destinados para o crescimento orgânico. Foram coordenadores da oferta da C&A Morgan Stanley (líder), Bradesco, BTG Pactual, Citi, Santander e XP Investimentos.

Fonte: Diário do Comércio

 

Sobre o autor

Wagner Marcelo

Atua profissionalmente como arquiteto de inovação, gerando e fomentando ecossistemas empreendedores e tecnológicos, tendo como missão o desenvolvimento de negócios disruptivos.

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