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ACE acaba com aceleração e se tornará fundo de startups liderado por dados

Criada em 2012, a antiga Aceleratech acelerou 300 negócios. Agora, focará nos aportes de estágio semente

A ACE, antigamente conhecida como Aceleratech, foi uma das primeiras aceleradoras de startups do país — entidades que apoiam negócios inovadores em estágio inicial a se construírem e crescerem, resolvendo os principais obstáculos que travam sua expansão e futura lucratividade.

Mesmo sendo uma das maiores referências brasileiras no ramo, anuncia hoje uma grande mudança em sua operação: encerrará as atividades de aceleração e se tornará um fundo de investimento data first, usando as informações já coletadas como o primeiro filtro de startups a receberem aportes.

Começos parecidos, futuros variados

O novo foco veio da análise dos dados de 20 mil projetos avaliados, 300 acelerados, 100 investidos e 14 saídas (como a Love Mondays, vendida para a Glassdoor e a Hiper, para a Linx) pela ACE nos últimos sete anos. “Nos estágios iniciais, os problemas das startups se relacionam a saber a dor a resolvida e o cliente daquela solução. Depois, há um grande leque de peculiaridades que a aceleração não conseguia atender bem”, afirma o sócio Arthur Garutti.

A ACE compilou as informações coletadas em uma plataforma de autoatendimento. Por meio do site, startups cadastram suas informações sobre fundadores, negócio e mercado e elas são comparados com o histórico da associação. Segundo o sócio, sete a cada dez startups investidas apresentam crescimento de ao menos 5% ao mês. “Usamos o aprendizado de tudo que era escalável para as startups e colocamos uma camada tecnológica na análise de dados, que está sendo melhorada por machine learning.”

Os empreendedores recebem um diagnóstico da empresa e uma nota baseados em 44 variáveis sobre capacidade do time fundador (histórico educacional e de empreendedorismo); tamanho da oportunidade de mercado; e a própria startup (como produto e distribuição de participação entre os sócios, ou cap table).

O score é acompanhado por três possíveis respostas: sem aderência à tese de investimentos da ACE; com aderência, mas precisando de ajustes para que a startup receba aportes; e com aderência e pronta para captar investimentos.

Nos dois últimos casos, o comitê de investimentos da ACE se reúne para analisar os negócios e oferecer acompanhamento do score pela plataforma. Os empreendedores podem marcar conversas um a um com a rede de 150 mentores, 30 grandes empresas em projeto de transformação digital e 50 mil membros cadastrados na comunidade da associação.

O principal objetivo das mentorias é a criação de uma “máquina de escala” para a startup, por meio de seis trilhas de conhecimento: captação de investimentos, estratégia, gestão, pessoas, processos e visão de mercado. O passo final desse processo deverá ser um investimento semente.

A plataforma e o acompanhamento personalizado substituirão respectivamente o ACE Start e ACE Growth, programas antigos de aceleração. As 100 startups já investidas pela ACE já usam a plataforma e outras 30 ainda não investidas estão sendo acompanhadas pela ferramenta.

Fonte: Exame.

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Sobre o autor

Lenah Sakai

Empreendedora de eventos de tecnologia e negócios inovadores, formada em administração de empresas, ajuda a fortalecer o ecossistema empreendedor desde 2013 co-organizando mais de 100 Encontros de Jovens Empreendedores e fomentando o Made in Sampa de forma voluntária. É fundadora do Green Business Post, canal de conteúdo sobre desenvolvimento sustentável.

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