O marco foi atingido em uma rodada de investimento Série C de US$ 125 milhões, liderada pelos fundos Greenoaks Capital e DST Global. A startup já tinha levantado outros US$ 50 milhões em junho, de fundos como a aceleradora Y Combinator.
Em entrevista, Dubugras, presidente executivo da empresa, disse que o aquecimento do setor de pagamentos o ajudou a levantar dinheiro no mercado. “O mundo inteiro está buscando novas soluções de pagamentos e conseguimos apresentar um produto único”, diz.
O cartão de crédito de pessoa jurídica só atende startups dos Estados Unidos. O diferencial, segundo os fundadores, é a agilidade: a empresa promete uma versão digital do cartão em até cinco minutos após o cadastro, e uma versão física em até cinco dias.
Além disso, ao contrário do que exigem os bancos, a Brex não pede garantias como ganhos e bens pessoais dos empreendedores para que eles tenham acesso ao cartão corporativo.
E, na comparação com o cartão de crédito de pessoa física, a startup oferece crédito até 10 vez maior.
Para avaliar os riscos, a empresa foge dos modelos tradicionais. Em vez de analisar o faturamento, a Brex avalia o histórico dos investidores, o fluxo de caixa e os padrões de gastos da startup.
A ideia de criar a Brex surgiu quando os dois amigos cursavam Ciência da Computação em Stanford e viram as dificuldades dos colegas empreendedores em conseguir crédito para tirar uma ideia do papel. “Desistimos de Stanford e fomos empreender”, diz Dubugras.
Apesar da pouca idade, o mercado de pagamento não é um segredo para os jovens. A dupla já tinha criado, aos 17 anos, o Pagar.me, uma startup de pagamento digital para empresas, que venderam para Stone no fim de 2016. Foi nessa época que eles conheceram seus primeiros e mais famosos investidores: Peter Thiel e Max Levchin, fundadores do PayPal.
Para Guilherme Horn, diretor de inovação da consultoria Accenture, o sucesso meteórico da empresa se deu pela combinação de três fatores: a experiência com a Pagar.me, investidores grandes desde o começo e um produto diferenciado.
“Os investidores sabem que os pagamentos serão totalmente diferentes em cinco ou dez anos, mas ninguém sabe exatamente o que será”, diz Horn. “O que esses meninos conquistaram não é fácil nem mesmo para quem é do Vale do Silício”.
Com dinheiro na conta, a Brex agora quer investir em expansão. Hoje, com 57 funcionários, a empresa quer contratar mais engenheiros, apostar em marketing e crescer em números de clientes no Vale do Silício. O Brasil, no entanto, ainda não está nos planos da startup.
“Os Estados Unidos estão mais amadurecidos nisso, vamos crescer só aqui por enquanto”, diz Dubugras.
Fonte: Diário do Comércio
Adicionar comentário