Comércio Editorial

Lucro e tecnologia do Magazine Luíza animam investidores

Lucro líquido do Magazine Luíza avançou 174,7% no segundo trimestre e fez a rede fechar em alta de 4% na bolsa. Resultado foi puxado pelo e-commerce, canal responsável por mais de 40% das vendas

Os resultados do segundo trimestre de 2019 do Magazine Luiza trazem boas notícias para a companhia. De acordo com o balanço da companhia, o lucro líquido avançou 174,7%, totalizando R$ 386,6 milhões entre abril e junho. No ano passado, o lucro líquido da empresa ficou em R$ 140,7 milhões no mesmo período. O número inclui os resultados da Netshoes, recém-adquirida pelo Magalu.

Em comunicado, a empresa explica que o forte avanço do lucro líquido é explicado pelo crescimento de 56,2% do e-commerce e de 8,7% nas lojas físicas. Tal resultado movimentou o mercado financeiro.

A rede varejista fechou em alta de quase 4%. Os números divulgados no balanço trimestral atiçaram o apetite dos investidores, mas há um tempero mais forte do que apenas resultados pontuais para a demanda.

“Os investidores da Bolsa estão entendendo que o futuro passa por quatro palavras: serviços, conectividade, digitalização e inovação”, diz Hugo Tadeu, professor do núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.

A empresa, diz ele, tem mostrado na prática que trabalhar com serviços tem maior potencial de crescimento e menor necessidade de investimentos do que apenas vender produtos. Sempre baseado em uma plataforma tecnológica parruda, que capta, otimiza e – é claro, lucra – com uso dos milhões de dados digitais fornecidos pelos cliente, a cada compra, transação financeira, reclamação ou pós-venda.

“As empresas que não entenderem e não surfarem na tendência que junta inteligência artificial e negócios estão fora”, diz Tadeu.

“Elas criam mercados novos e descobrem formas mais inteligentes de prover serviços com a captura e a interpretação de dados.”

EM NÚMEROS

Foi o que aconteceu com o Luiza. Nas mesmas lojas físicas, as vendas subiram meros 0,3% no trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No comércio eletrônico, porém, a situação foi bem diferente.

“As vendas em lojas físicas chamaram a atenção porque não foram boas”, diz Bruno Madruga, sócio e chefe de renda variável da assessoria de investimentos Monte Bravo.

“Mas o resultado veio bem positivo, principalmente pelas vendas online”.

Isso porque as vendas no comércio eletrônico do Luiza subiram 56,2% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, e se tornaram 41,5% das vendas totais da companhia.

De acordo com a empresa, o desempenho foi impulsionado pelo aplicativo, que alcançou a marca de 12 milhões de usuários ativos mensais. Esse número inclui, além do superapp Magalu, os aplicativos da Netshoes, Zattini e Época Cosméticos.

As vendas do marketplace, plataforma na qual são vendidos produtos de terceiros, dispararam quase 300% no segundo trimestre e representaram 10% das vendas da companhia no período.

De acordo com a empresa, foram adicionados, em média, mil novos lojistas por mês na plataforma. Tamanho crescimento ficou acima das expectativas da própria varejista.

“São mais de 8,1 mil lojistas formais que jogam dentro das regras do jogo”, afirmou Frederico Trajano, presidente da empresa, em conferência com analistas.

“A gente quer estimular os que operam na informalidade a entrar na formalidade.”

A expectativa é que, até o fim do ano, a varejista tenha cerca de 15 mil vendedores em seu marketplace.

“A longo prazo, o potencial é muito maior do que esse”, diz Roberto Bellissimo, diretor financeiro do Magazine Luiza.

A estratégia é digitalizar o varejo, com a expectativa de chegar a dezenas ou centenas de milhares de vendedores.

FOTO: Reprodução

Fonte: Diário do Comércio

Sobre o autor

Wagner Marcelo

Atua profissionalmente como arquiteto de inovação, gerando e fomentando ecossistemas empreendedores e tecnológicos, tendo como missão o desenvolvimento de negócios disruptivos.

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