Em setembro de 2012, a Forbes publicou uma longa reportagem anunciando a chegada do Brasil como “um dos países mais empreendedores do mundo”. Na época, a gigante sul-americana vinha impulsionando uma recessão global, com taxas de crescimento que causaram inveja até de seus companheiros surgindo no bloco dos mercados emergentes.
Aproximadamente 25% da força de trabalho do Brasil era autônoma em alguma capacidade, e as pequenas empresas respondiam por dois terços da criação de empregos no setor privado em uma economia em rápida diversificação que já havia produzido reduções recordes na pobreza e no desemprego.
Esta foi uma causa de enorme entusiasmo, e Forbes estava longe de ser o único a tomar conhecimento.
Os detalhes do declínio do Brasil a partir dessa marca d’água foram recontados muitas vezes nos últimos quatro anos. A corrupção política, a má gestão fiscal, a queda dos preços das commodities e a estagnação na China convergiram para provocar uma reversão dramática. Durante a noite, o Brasil passou do boom histórico para a pior crise econômica do país em décadas. Com tanta atenção negativa sobre os muitos e sérios problemas do Brasil, é fácil ignorar uma verdade contra-intuitiva sobre o florescente cenário de startups do país: a perspectiva geral não mudou.
Com mais de 200 milhões de pessoas, o Brasil ainda é o país mais populoso da América do Sul, assim como seu maior mercado. A penetração e o uso da Internet ainda são altos – o Brasil percorre apenas os Estados Unidos no total de usuários do Facebook, Twitter e YouTube – e o país ainda tem mais dispositivos móveis do que habitantes humanos. Único país de língua portuguesa na América Latina, o Brasil ainda está singularmente posicionado para capitalizar nos mercados regionais e é artificialmente desprovido de concorrência internacional.
Mas grandes impedimentos permanecem. Desaceleração econômica não fez nada para diminuir os notórios labirintos da burocracia A burocracia indecifrável do Brasil ergue até mesmo as mais simples certificações, transações e processos de licenciamento. Com 14,25%, as taxas de juros são altas para os retornos que seu fundo médio do VC do Vale do Silício poderia esperar ver em determinado portfólio, tornando o empreendedorismo desnecessariamente arriscado para muitos investidores que poderiam estar interessados em apoiar empresas promissoras. Leis trabalhistas antiquadas e códigos fiscais, estradas em ruínas ou inexistentes e um sistema universitário sobrecarregado são apenas algumas das barreiras de longa data que os empresários continuam a enfrentar no país.
No entanto, os brasileiros são famosos por inovar em torno de ineficiências, e suas próprias atitudes contam uma história diferente das terríveis manchetes da imprensa empresarial. A Fundacity – uma rede para startups e investidores – descobriu que educação e saúde, dois dos setores mais problemáticos do Brasil, são precisamente as áreas nas quais os investidores mais gostam. Com o humor nacional mergulhando em desespero no primeiro semestre de 2015, os aceleradores brasileiros, os fundos de capital de risco e as redes de anjos apoiaram pelo menos 195 startups entre eles.
Esses investimentos combinados representavam pouco menos de 7% do capital total absorvido pelas startups nesse semestre, o que sugere algo mais sobre o empreendedorismo brasileiro. Os observadores estrangeiros fariam bem em notar: o potencial continua enorme.
Muito precisa acontecer antes que esse potencial possa ser realizado, mas como Juliana Vasconcelos, da agência de investimentos do governo do Brasil Apex, colocou no Fórum de Venture Capital no Brasil em Menlo Park em setembro passado, “crise cria oportunidade”. Há tanto, se Não mais, razão para fazer um balanço da economia de startups brasileira agora como havia em 2012, quando o país estava em sua maior ascensão.
História de origem
A história da cena de startups do Brasil começa muito antes da maioria de suas contrapartes sul-americanas.
A TOTVS foi fundada em 1983 e tem sido uma presença constante no ecossistema nacional desde então. Hoje, ela fornece software de negócios para cerca de 60% das pequenas e médias empresas brasileiras, tornando-se, de longe, a empresa brasileira de maior sucesso e a 22ª marca mais valiosa do país. A maior empresa de software da América do Sul – a empresa agora possui 26.000 usuários ativos e 10.000 funcionários – a TOTVS também afirma ser a única com uma plataforma proprietária de desenvolvimento de software.
1983 foi também o ano em que o governo brasileiro, ainda operando sob o regime militar da época, criou a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Outras iniciativas do governo para fomentar o empreendedorismo fracassaram, mas a ABVCAP ainda está ativa, organizando eventos promocionais e de networking, como o café da manhã anual Brasil, que acontecerá em Nova York no final de setembro, e a Conferência Brasileira de Capital de Risco, que será realizada em São Paulo no final de outubro.
Levou muitos anos para o setor privado começar a desenvolver uma presença significativa de capital de risco. Mas, em 2000, a Inseed Investments, a consultoria Inventta, a Tropos Lab e uma empresa de biotecnologia chamada Ecovec se uniram para formar o Grupo Instituto Inovação, o maior gerador de negócios na inovação brasileira.
Em 2002, a cena local havia se desenvolvido ao ponto de o mundo exterior querer se envolver. O Google escolheu São Paulo para o site de seu primeiro escritório na América Latina, uma decisão confirmada pelo fluxo contínuo de talentos que continua fluindo através de suas portas de toda a região. Três anos depois, a TOTVS abriu o capital no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, tornando-se a primeira empresa de TI da América Latina a fazer o IPO.
A primeira grande aquisição do Brasil ocorreu logo depois, em 2006, quando um conglomerado sul-africano adquiriu uma participação de 91% no Buscapé, um site de comércio eletrônico de comparação e compra. Com US $ 374 milhões, a saída, ainda uma das maiores do país, ajudou a incentivar mais investimentos no mercado. Em 2009, Cassio Spina, um empresário, fundou a Anjos do Brasil, uma rede de anjos sem fins lucrativos dedicada a manter a tendência. Em 2011, a Redpoint Ventures, um fundo de capital de risco baseado na Califórnia, e a e.ventures arrecadaram US $ 130 milhões para investir em empresas brasileiras em estágio inicial.
Os brasileiros identificaram há muito tempo as questões que precisam ser abordadas para que o país dê o próximo passo como impulsionador da inovação.
O artigo de 2012 da Forbes surgiu quando a cena da startup brasileira parecia prestes a dar um grande salto. Em 2014, o aplicativo de transporte Easy Taxi arrecadou US $ 40 milhões em financiamento da Série D – da Phenomen Venture e da Tengelmann Ventures, entre outras – para uma expansão na América Latina e na Ásia. Com base no modelo inovador do Start-Up Chile, o Start-Up Brasil foi lançado no final daquele ano, com o objetivo de atrair empresários estrangeiros para o mercado consumidor local e fomentar a cultura empreendedora doméstica. Apoiado por US $ 78 milhões do governo, ele deveria ser a culminação de todo o ímpeto que o Brasil estava construindo.
Dentro de dois anos, é claro, esse ímpeto desapareceria em grande parte, e o Start-Up Brasil junto com ele. Mas medido contra as expectativas de colapso, a cena da startup brasileira teve um desempenho impressionante. No ano passado, o campus brasileiro do Google – o Google São Paulo – anunciou seu primeiro lote de startups residentes. O YouTube Gaming e o Instagram for Business plantaram bandeiras no país. Uma série de empresas nacionais realizou importantes arrecadações de fundos, do DogHero (US $ 3,1 milhões) à firma de vendas B2B Exact Sales (US $ 1,2 milhão).
São Paulo: O capital financeiro
Dependendo de para quem você pergunta, São Paulo é o que aconteceria se Nova York vomitasse em Los Angeles, ou o que aconteceria se Los Angeles vomitasse em Nova York. De qualquer forma, é grande.
Quão grande? Se fosse o próprio país, São Paulo seria o oitavo maior da América do Sul. De cima, a cidade parece se espalhar de uma só vez.
A outra parte dessa analogia é o dinheiro. São Paulo não é apenas a capital financeira do Brasil, é também seu principal centro de comércio, moda, comida, música, indústria e esporte. Como os bens e serviços substituem as fábricas como o núcleo de sua economia, espera-se que São Paulo salte do décimo para o sexto maior PIB urbano do mundo. Empresas estrangeiras vão para lá quando querem abrir uma loja no Brasil. As empresas brasileiras vão para lá quando querem se projetar em escala nacional ou no exterior.
Não é surpresa que São Paulo seja de longe o cenário de startups mais maduro do Brasil. Até mesmo empresários de cidades rivais dirão que a maioria das startups brasileiras está concentrada na cidade.
O talento transitório é uma das principais vantagens que São Paulo tem a esse respeito. Empresas de tecnologia estabelecidas como Google, Uber e Airbnb, para não falar de corporações estabelecidas em geral, têm suas sedes brasileiras na cidade e, quando os funcionários ficam entediados ou recebem greves de inspiração, muitas vezes partem para abrir empresas próprias. Da mesma forma, os empresários que procuram recrutar equipes experientes não têm escassez de opções para escolher. As maiores startups do país, como a startup de imóveis VivaReal, que arrecadou aproximadamente US $ 75 milhões até o momento, estão sediadas na cidade.
São Paulo possui, de longe, o cenário mais maduro de startups do Brasil.
As próprias empresas também se envolvem, seja por meio de eventos paternalistas ou por uma demanda constante por inovação em B2B. Os maiores e os segundos maiores bancos privados do país montaram divisões inteiras para interagir com o próspero setor de fintech de São Paulo. A Visa e a IBM são grandes patrocinadores do Startup Farm, uma aceleradora líder com mais de US $ 100 milhões investidos em mais de 200 startups. Marcas tão variadas quanto a Embraco, empresa de tecnologia e produção de refrigeração, e a Natura, uma marca de cosméticos, criaram programas semelhantes para investir em startups que operam em seus respectivos espaços. Aceleradoras de impacto como a Artemisia e o Endeavour sem fins lucrativos desempenham papéis importantes no ecossistema.
Mas a cultura de startups de São Paulo também fica bem por conta própria. Juntos, espaços de co-working como CUBO, plug.co e Impact Hub; aceleradores como o ACE, que se modelou como uma versão orientada para o crescimento do Y Combinator; empresas de investimento como a Monashees, a Kaszek Ventures, a DGF, a Redpoint eVentures, a SP Ventures, a Antera, 500 Startups, a BBI Financial e a Bonanza Investments; e iniciativas lideradas pelo governo como a Innovatech, que oferece orientação on-line para cerca de 300 startups, e o SEBRAE, que se concentra nas pequenas empresas de maneira mais geral, formam um ecossistema autônomo e completo que mantém um surpreendente nível de coesão, apesar do tamanho da cidade. Os organizadores lançaram a conferência inaugural CASE em um momento em que a maior parte da economia nacional estava em modo de apertar o cinto. Neste outono, eles esperam que 8.000 empreendedores de 2.000 startups participem.
Entre os líderes do ecossistema de São Paulo estão David Velez, do NuBank, Brian Requarth, do Viva Real, Fabricio Bloisi, da Movile, Paulo Veras, de 99 Táxis, Jorge Pacheco da Plug, Guilherme Junqueira, da Gama Academy, Flavio Pripas, da CUBO, Romero Rodriguez, da Redpoint, Ana Fontes da RME, investidora-anjo Silvia Valadares, Tony Celestino da UpGlobal, André Barrence do Google Campus, João Kepler da Bossa Nova Investments, Felipe Matos da Startup Farm, Carolina Morandini da Wayra e Michel Porcino da Prefeitura de São Paulo.
São Pedro Valley
É raro você rastrear as origens de uma determinada cena de inicialização com tanta precisão, mas o apelido escolhido para Belo Horizonte é revelar tudo. Além do jogo habitual na tech meca do norte da Califórnia, “São Pedro Valley” leva o nome de São Pedro, o bairro que deu origem a muitas das primeiras startups de maior sucesso de Belo Horizonte.
O que diferencia esse grupo de empresários, pioneiro e de destaque, não era apenas o negócio, mas o compromisso de devolver, de maneira concreta e abstrata, a construção de um ecossistema real.
Entre esses esforços, a principal foi a Associação Brasileira de Startup, entidade única criada por Gustavo Caetano – CEO da Samba Tech, plataforma de vídeo online que recentemente adicionou a suas holdings regionais com um novo satélite em Seattle, a segunda nos Estados Unidos. – e outros três líderes locais. Concebida como facilitadora do intercâmbio intraempreendedor e de um grupo de lobby defendendo em nome de uma política de startups com visão de futuro no Brasil, a associação cresceu e inclui mais de 4.000 empresas iniciantes e 38.000 empreendedores em todo o país.
Outros espaços comunitários importantes incluem Hora Extra BH, um encontro regular, Coolwork, um escritório de coworking e Aceleradora, um acelerador. O Google tem seu escritório nacional de P & D na cidade e, em 2012, o governo da cidade inaugurou o BH-tec, um parque digital que atende a empreendedores em particular. Outro programa do governo, o Minas Digital, um subsidiário do Ministério de Tecnologia do estado, pretende apoiar 100.000 empresários locais até 2025. Com esse objetivo, patrocinou a primeira StartupWeek de Belo Horizonte no ano passado, que contou com mais de 70 eventos em toda a cidade. Líderes adicionais na cidade incluem Rodrigo Cartacho, da Sympla, João Resende, da Hotmart, Mateus Lana, da SmarttBot, e Roberta Vasconcellos, da BeerOrCoffee.
Parte integrante da cultura de startups da cidade é a grande população de estudantes. Com quatro universidades de ponta, incluindo a Universidade Federal de Minas Gerais, uma das mais confiáveis fontes de talentos do Brasil, Belo Horizonte tem a sensação e a energia de uma cidade universitária, mas o tamanho e o teto de um importante centro urbano. Muitos jovens ambiciosos ainda partem para São Paulo, atraídos tanto pelo emprego quanto pelas perspectivas de captação de recursos. Mas, no futuro próximo, é fácil prever um reverso na fuga de cérebros. Belo Horizonte é mais barata, mais amigável e menos inundada com o tráfego. Basicamente, é em muitos aspectos um lugar melhor para se viver, e muitas empresas estão achando um lugar próspero para criar raízes também.
Rio de Janeiro e Florianópolis
No que diz respeito às condições de vida, você não encontrará um lugar melhor no Brasil ou em qualquer outro lugar do que o Rio de Janeiro. As falésias de granito, o dossel da floresta exuberante e as praias pitorescas recebem muita atenção, mas ainda há algo a ser dito sobre a opção de fazer um brainstorm em um café com vista para o oceano ou para a formação de equipes durante uma caminhada pelas montanhas.
Eventos regulares como o FuckUp Nights, o Geeks on Beer, o Circuito Startup e o Rio Info aprenderam a aproveitar a paisagem deslumbrante da cidade e as vibrantes ofertas culturais. Uma lista bastante abrangente de atividades pode ser encontrada no Startup Digest.
Para melhor ou pior, a transformação da cidade nos últimos anos foi especificamente direcionada para criar um ambiente mais atraente para uma classe profissional jovem e cosmopolita. Os programas governamentais para melhorar a segurança, a conectividade 4G e o transporte, por sua vez, incentivaram grandes investimentos privados no setor de tecnologia. A Cisco, em conjunto com as autoridades locais, está destinando US $ 500 milhões para um projeto que inclui um fundo de capital de risco e instalações de co-desenvolvimento. Localizado no coração da revitalização do centro da cidade, o NEX se tornou o maior espaço de trabalho colaborativo em toda a América Latina.
O Rio não é o único ponto turístico na praia na vanguarda do cenário de startups brasileiras.
À luz da ênfase do governo da cidade em atrair investimento estrangeiro e turismo, é encorajador ver empresários usarem a inovação tecnológica – a área pela qual a cena de startups do Rio é mais conhecida – para abordar questões sociais persistentes. Fundado em 2011 por Leonardo Eloi e outros, Meu Rio (My Rio) é uma plataforma de engajamento cívico digital que envia alertas e facilita um amplo discurso político entre diversos setores da sociedade. Em uma cidade onde a violência policial levou a desconfiança entre a população em geral, o Instituto Igarapé trabalhou para desenvolver tecnologias móveis de “policiamento inteligente” para melhorar a transparência. E, como um Groupon localizado orientado para a família, o Clubinho de Ofertas oferece às mães opções de compras e atividades a preços acessíveis.
Cariocas, o maior grupo de startups do Rio que conta com centenas de membros, sedia eventos regulares e hoje é liderado por um grupo de empresários, incluindo Danilo Neves de Martins e Ricardo Motta da Hostintown. Os investidores da cidade incluem a Acrux Capital, ArpexCapital e Valor Capital, que desempenham um importante papel junto a organizações como Startup Rio e FAPERJ. Líderes adicionais no Rio incluem Gabriel Gaspar, do Nibo, Gustavo Mota, do We Do Logos, Ricardo Barros, do Grupo Pareto, Bernard De Luna, do 3Days, e Rodrigo Salvador, do Passei Direto.
Mas o Rio não é o único ponto turístico da praia na vanguarda da cena de startups brasileira. Florianópolis fez uma grande jogada para se afirmar na economia de tecnologia e, nos últimos anos, foi recompensada. De acordo com o governo estadual, 600 empresas agora contribuem para um setor de startups robusto que cresceu 15% em média ano a ano para representar US $ 350 milhões em PIB anual para a cidade.
Líderes locais como Eduardo Mattos, da SmartMob Coworking, e Eric Santos, da Resultados Digitais, têm um papel importante nesse crescimento. No início deste ano, 100 Open Startups nomearam 10 empresas de Florianópolis em sua lista top 100, passando por uma startup de energia solar (Soluz Energia) a uma empresa de software de reconhecimento visual (Meerkat) e uma plataforma de informações para surfistas (Opifex). Algumas pessoas já colocam Florianópolis à frente do Rio em termos de maturidade do ecossistema. Mas se já não estiver lá, os investimentos contínuos destinados a consolidar uma infraestrutura tecnológica que já inclui dois cyber-parques – Alfa e Sapiens Parque – e o esqueleto de uma “rota inovadora” ao longo de uma das principais vias da cidade podem em breve empurrar Florianópolis limite.
Conclusão
A boa notícia é que os brasileiros identificaram há muito tempo as questões que precisam ser abordadas para que o país dê o próximo passo como impulsionador da inovação. Segundo o World Bank Group, são necessários 83,6 dias e 4,3% da renda per capita simplesmente para iniciar um novo negócio. Fechar um antigo muitas vezes pode ser ainda mais difícil. As leis trabalhistas não permitem os tipos de estruturas de remuneração em que muitas startups gostam de confiar e as empresas que tentam manter uma força de trabalho enxuta desperdiçam tempo e recursos preciosos navegando pelo código fiscal antiquado do país. Nada disso impressionaria qualquer um que tenha feito negócios mínimos no Brasil como informação nova.
A má notícia é que há uma razão para os problemas não terem sido corrigidos, apesar do reconhecimento universal de que eles deveriam ser. Nos últimos anos, especialmente, a disputa política interna e o colapso da comunicação paralisaram o país, conforme documentado pela jornalista Anna Heim. Quaisquer que sejam os argumentos sobre como o conflito foi resolvido, a resolução, pelo menos, mantém a promessa de ação. O presidente Michel Temer, por mais polêmico que seja, prometeu reformas favoráveis aos negócios que poderiam ajudar a liberar o imenso potencial latente do setor de startups do Brasil.
Enquanto isso, há coisas que os empresários do Brasil podem estar fazendo por si mesmos. Como na maioria dos países latino-americanos, as startups brasileiras são pouco mais que cópias espelhadas de modelos comprovados em outros lugares. Isso é bom para fazer negócios em nível nacional, mas se a cultura de startup brasileira é projetar-se além de suas próprias fronteiras, ela precisa seguir o exemplo estabelecido pelos muitos empreendedores locais que contribuíram com idéias genuinamente novas para o mercado. O número de empresas fazendo exatamente isso aumentou a cada ano, e como o país como um todo começa a virar a esquina em uma recessão econômica, é apenas uma questão de tempo antes que a Forbes e a empresa estejam mais uma vez escrevendo recursos sobre o boom do cenário de startups brasileiras.
Fonte: TechCrunch.
Adicionar comentário