O Mediador é uma startup do Reclame Aqui lançada em julho de 2015. A startup nasceu a partir de uma necessidade encontrada pelos administradores do site: o Reclame Aqui recebe cerca de 30 mil reclamações por dia. Dessas 30 mil, 82% dos casos são resolvidos em três dias. O Mediador surgiu para resolver os casos restantes fora do poder judiciário, através da mediação.
Apesar do lançamento em 2015, o domínio do site foi registrado em 2007. Foram 8 anos de espera para a aprovação da Lei da Mediação, Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. A lei regulamenta a mediação no Brasil para resolução de conflitos. O mediador deve ser uma pessoa imparcial e sem poder de decisão: seu poder é conversar com as partes e sugerir soluções para a controvérsia, que podem ser aceitas ou não.
A plataforma é a única do Brasil que reúne mediadores, e é homologada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A tecnologia é o grande aliado para o processo de mediação, que é totalmente desenvolvido online através de chats, vídeo-conferências e ligações. As mediações são realizadas por mediadores escolhidos pelo consumidor e empresa, que posteriormente avaliam o desempenho do profissional. “Nós somos o Uber da justiça privada”, afirma Maurício Vargas, CEO do O Mediador e presidente do Reclame aqui.
“O Mediador” cria um novo mercado autônomo para profissionais, ao mesmo tempo em que resolve um problema atual: o supercongestionamento de casos a serem avaliados no poder judiciário. Com a solução inovadora trazida por essa “nova profissão”, “O Mediador” contribui diretamente com a Nova Economia.
Como tornar-se um mediador?
A relação entre a startup e os mediadores, tal qual o aplicativo de transporte, também é sob demanda: os mediadores cadastram-se, fazem o curso obrigatório online oferecido pela plataforma, e começam a primeira mediação. O profissional ganha cerca de R$ 60 por mediação, não importando o valor da causa. O “O Mediador” não cobra percentual ou mensalidade dos profissionais, apenas o investimento de R$ 1.800 por ano, o que dá acesso à plataforma completa de mediação (todos os casos) e cursos para aprimoramento.
Hoje, a startup conta com 30 mediadores operando na plataforma, que realizam de 1.500 à 2 mil mediações por mês – cada sessão dura, em média, uma hora. Por mês, o mediador pode ganhar de R$ 3.700 à R$8 mil – o quanto ganha depende das horas trabalhadas e do próprio desempenho, pois há bonificações. Se um mediador resolve o conflito e é bem avaliado, ele recebe mais.
São dois tipos de mediadores disponíveis, escolhidos através de alguns critérios: não pode ter antecedentes criminais e é feita uma pesquisa do candidato até em suas redes sociais. Para ser um mediador convencional, é necessário realizar apenas os cursos da plataforma. Mas, para ser um mediador extrajudicial, tem que passar pelo treinamento e ser homologado pelo Conselho Nacional de Justiça. Hoje, também existem universidades de mediação.
“Não é só o mediador em si que faz a mediação, temos uma equipe de análise. Se a mediação é judicial, analisamos as partes. Fazemos o CRM social do consumidor e olhamos nos tribunais de justiça pra saber se o problema é recorrente. Analisamos também o advogado da outra parte para oferecer ao mediador parâmetros sobre o caso. O mediador não julga nada, simplesmente media um acordo”, afirma o CEO do O Mediador.
Quem recorre ao “O Mediador” em busca de soluções, no primeiro momento, são as empresas. Mas em novembro, a plataforma lançará um aplicativo e entrará a opção de um consumidor que não resolveu o problema no Reclame Aqui pedir uma mediação e pagar por isso. Caso a empresa não aceite, a plataforma emitirá um documento afirmando que o consumidor quis tentar uma conciliação, mas a empresa negou. O CEO Maurício Vargas classifica a mediação como a disruptura da justiça.
“O que queremos é fazer com que a mediação seja recorrente na vida das pessoas. Eu bati o carro, ao invés de chamar a polícia, eu tiro fotos, chamo um mediador e entro em um acordo”, afirma.
Case de sucesso
Uma das melhores resoluções da plataforma até agora foi a resolução de um conflito financeiro: um homem comprou um apartamento, pagou durante dois anos, não tinha mais dinheiro para pagar o restante e precisava da devolução desse dinheiro. “Nós conseguimos uma conversação com as partes e o homem saiu com um apartamento. Ao invés de três quartos, conseguiu o de dois, e a diferença foi parcelada em 48 meses. O consumidor ficou emocionado. A empresa pagaria uma fortuna na justiça e esperaria quase dois anos, mas ganhou o cliente de volta e não precisou devolver o dinheiro”, conta o CEO do “O Mediador”.
Fonte: StartSe
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