O mercado brasileiro de cervejas cresceu significativamente nos últimos anos e continua em desenvolvimento, gerando oportunidade aos que desejam empreender na área.
Diante do cenário, o Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), realizaram o 1º Censo das Cervejas Independentes Brasileiras para conhecer melhor o perfil de quem está à frente dessas cervejarias no Brasil.
A pesquisa foi realizada entre abril e maio de 2019, com 486 respostas de produtores de fábrica própria, produção terceirizada (cervejaria cigana), e bar próprio.
Entre esses empreendedores, predomina a presença masculina (87%), com uma média de idade de 39 anos, e com alto grau de escolaridade (35% tem ensino superior completo e 50% pós-graduação ou mestrado).
Os proprietários de pequenas cervejarias também têm como característica a busca por especialização. Os cursos mais procurados por esses empresários foram sobre: tecnologia de produção cervejeira (81%), estilos (44%) e sommelier de cerveja (42%).
Considerando a distribuição geográfica, a pesquisa revelou que Rio Grande do Sul (20%) e São Paulo (18%) são os estados que concentram a maior quantidade de cervejarias independentes, seguidos por Minas Gerais (13%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (ambos com 11%).
Os negócios são jovens, a maioria com 1 a 4 anos de idade. No quesito societário, elas são mais comumente dirigidas por 1 ou 2 sócios e a maioria delas tem de 1 a 4 funcionários alocados diretamente nas etapas de operação.
“O Censo é importante para dimensionarmos o mercado atual, permitindo direcionamentos por meio da Associação, além disso permite dimensionar o apoio que devemos buscar para melhor qualificar o empreendedor cervejeiro. É um passo importante para manter sustentável o mercado de cerveja artesanal no Brasil”, explica Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abraserva).
Em relação ao faturamento de 2018, a maioria dos entrevistados (61%) declarou que ele foi melhor do que o ano anterior (2017), confirmando a expansão do setor.
Para 30%, o faturamento se manteve e para apenas 9% ele foi pior. Em relação a 2019, entretanto, a maioria dos entrevistados (50%) relatou estar empatando receita e despesa, e 22% informaram apresentar prejuízo nesse momento; o que sinaliza cautela.
Cerca de metade dos empreendedores (51%) espera faturar até R$ 360 mil neste ano, e 27% deles prevê faturamento entre R$ 360 mil e R$ 1,8 milhão.
“Estamos diante de um negócio em expansão, por isso atuamos junto aos empresários por meio de cursos, mapeamento do mercado e legislação. As cervejarias artesanais também movimentam outros mercados, como sites de vendas, fábricas de embalagens e empresas de importação de ingredientes”, explica o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
PRODUÇÃO PRÓPRIA
Boa parte das cervejarias independentes com produção própria declarou produzir de 1.000 a 4.999 litros mensais. Em relação à capacidade máxima de produção, 51% declararam ser capazes de produzir até 9.999 litros.
Contribuindo para a redução da ociosidade na capacidade instalada, pouco mais da metade (51%) das cervejarias independentes com fabricação própria produz para terceiros. Quando ao tipo de envase mais comum entre esse perfil de cervejarias, prevalece o barril de inox (64%).
PRODUÇÃO CIGANA
Quando o foco são as cervejarias independentes ciganas (produção terceirizada), o volume de fabricação de 48% delas se situa entre 100 a 1.000 litros mensais. A produção média, por sua vez, está em 1.775 litros por mês.
Sobre ingredientes diferenciados, a maioria das cervejarias independentes, com fabricação cigana, usa ingredientes como mel, gengibre e especiarias (76%), seguido por frutas também presentes em outros países (58%) e frutas presentes nos biomas brasileiros (38%).
Na comercialização, a venda própria é o tipo de distribuição mais frequente e os bares especializados em cerveja artesanal são o principal local onde as cervejarias de produção cigana disponibilizam a sua produção.
Fonte: Diário do Comércio
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