O uso recreativo de maconha no Canadá foi oficialmente legalizado. A data foi marcada por filas em estabelecimentos e ações de empresas do setor disparando no mercado. Embora não tenha sido o precursor do “hype” em torno das cervejas de maconha, o fato compõe a já crescente expectativa em torno desse mercado – um alvo de apostas ou preocupação para a indústria de bebidas.
Além de enfrentar um contexto em que cada vez mais consumidores deixam de consumir bebidas açucaradas, a PepsiCo Inc. já bateu de frente com a questão. Segundo uma reportagem da Bloomberg, a empresa teve suas ações impactadas após seu diretor financeiro dizer que a cannabis não faz parte dos planos. Recentemente, a Coca Cola Co. admitiu estar considerando a possibilidade de utilizar o canabidiol (CBD) em “bebidas funcionais de bem-estar”.
Enquanto isso, as apostas para o mercado estão lá em cima. Segundo um relatório do banco Canaccord Genuity Group Inc., as vendas de bebidas infundidas com THC (tetra-hidrocarbinol) ou CBD devem representar 20% do mercado de produtos comestíveis à base de maconha até 2022 – atingindo US$ 600 milhões em vendas até o mesmo ano.
No Colorado, primeiro estado norte-americano a legalizar a maconha recreativa, em 2014, as vendas desse tipo de bebida quase dobraram em 2017 e cresceram 18% no primeiro semestre de 2018, segundo dados do Flowhub LLC destacados pela Bloomberg.
A reportagem aponta, ainda, que o “boom” de investimentos em torno dessa área começou em agosto, quando a fabricante Constellation Brands Inc. investiu US$ 3,8 bilhões na Canopy Growth Corp., uma empresa de Ontário que tem feito experiências no segmento há alguns anos. Agora, empresas estão preocupadas com a possibilidade de que os jovens troquem seus habituais drinks por uma nova bebida do momento à base de algum componente da erva.
“Eu acho que eu renunciaria se eu fosse o CEO de uma cervejaria ou empresa de bebidas alcoólicas e não fosse autorizado a seguir nesse caminho”, diz Bruce Linton, CEO da Canopy, em entrevista à reportagem. “Eu desistiria porque você sabe que vai ser demitido no futuro, por não ter captado isso”.
Fonte: Época Negócios
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