A Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas) lança nesta segunda-feira (19) plano para investir até 50 start-ups (empresas de tecnologia em estágio inicial).
Cada empresa pode receber até R$ 1 milhão da financiadora, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Podem participar da seleção companhias brasileiras com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões.
Entre as áreas de interesse estão educação, cidades sustentáveis, fintechs (tecnologia para setor financeiro), internet das coisas, economia criativa, energia, defesa, mineração, petróleo, biotecnologia, “agritech “e química.
Serão aceitas empresas que tenham ao menos protótipo desenvolvido e que necessitem de recursos para ganhar espaço no mercado.
Desde 2002 a Finep investe em start-ups, porém de modo indireto, aplicando seus recursos para se tornar cotista de fundos de “venture capital” (capital de risco).
Esses fundos costumam buscar empresas mais maduras do que as que serão alvo de investimento do novo programa. Em geral, eles fazem menos injeções de capital com valores maiores, a partir de R$ 3 milhões.
A Finep investiu R$ 257 milhões em 13 fundos do tipo que, até agora, injetaram recursos em 98 empresas –seis dos fundos ainda estão em período de investimento e podem colocar recursos em mais companhias.
Marcos Cintra, presidente da Finep, afirma que a estratégia ajudou a fomentar no restante do mercado a criação de mais fundos do tipo e, por isso, deixou de ser necessário que a instituição seguisse com com ela.
Por outro lado, ele diz que são poucas as alternativas de investimento para empresas que têm produto pronto e precisam de investimento girando em torno de R$ 1 milhão para que eles sejam colocados no mercado.
MECANISMO
A avaliação das empresas levará em conta o nível de inovação do projeto, potencial de mercado e o perfil da equipe fundadora.
Ao investir em uma start-up a Finep não se tornará sócia imediatamente, mas terá o direito de decidir, após período de três anos (prorrogáveis por mais dois), se tem interesse em comprar as ações da empresa apoiada.
A instituição não avalia o valor da companhia no momento em que investe.
O valor da fatia da Finep será definido quando a start-up receber um novo investimento de ao menos R$ 1 milhão. O cálculo levará em conta quanto o novo investidor injetou de capital e por qual percentual da empresa e o valor investido pela Finep quando selecionou a companhia.
Caso não haja novo investimento no período de vencimento da opção, mas a Finep decida se associar à companhia, a participação dela levará em conta um valor de R$ 3 milhões para a startup.
Se a start-up não der certo, a Finep pode abrir mão do investimento sem ter de arcar com as dívidas da empresa.
Cintra afirma que, mesmo que parte das start-ups feche, a expectativa é que as que tiverem sucesso deem retorno financeiro à instituição.
RECESSÃO
A Finep vem sofrendo com reduções em seu orçamento para apoiar investimentos em pesquisa e inovação como resultado da recessão da economia brasileira.
Enquanto em 2014 R$ 8,6 bilhões foram contratados em linhas de crédito para empresas, no ano passado o valor foi de R$ 1,7 bilhão.
Para 2017, o orçamento foi ampliado para R$ 7,6 bilhões, devido a empréstimo contratado como BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) no valor de US$ 1,5 bilhão (R$ 4,9 bilhões).
Fonte: Folha de São Paulo
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