Comércio Editorial

GPA lança marketplace e prevê logística para vendedores a partir do 1º tri de 2021

O GPA (PCAR3), iniciou neste mês sua operação de marketplace, comercializando produtos de grandes varejistas de categorias que incluem vinhos, brinquedos e produtos para animais domésticos, em sua trajetória que terá no início do ano que vem aumento de sortimento e de oferta de serviços de logística da empresa para os vendedores na plataforma.

A companhia, dona das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, afirma receber 240 milhões de visitas anuais de clientes a suas plataformas online de varejo e quer usar o conhecimento gerado por essas visitas para ampliar sua atuação em vendas digitais em um momento em que rivais, como Carrefour Brasil (CRFB3), também aceleram planos de venda pela internet aproveitando a carona dos efeitos da pandemia de Covid-19.

O presidente da divisão “multivarejo” do GPA, Jorge Faiçal, afirmou em apresentação no dia 18 a analistas e jornalistas que o GPA também está desenvolvendo planos para monetizar as informações que produz com as vendas que faz aos clientes por canais digitais e também aguarda uma definição mais clara do mercado de meios de pagamentos para lançar sua carteira digital.

“Na Black Friday queremos chegar a 20 mil SKUs (itens à venda) e mais de 400 mil em 2021”, disse Faiçal sobre a plataforma de marketplace da empresa, que já conta com vendedores como Ri Happy e Cobasi.

“Vamos trabalhar em grandes verticais como vinhos, brinquedos, automotivo, utilidade domésticas e petshops”, acrescentou, afirmando que a empresa não vai trabalhar com eletrodomésticos no marketplace, “por enquanto”, de olho em não pressionar suas margens de lucro.

Faiçal afirmou que o incremento nos itens à venda na plataforma se dará com a entrada de novos vendedores. A empresa já tem mais de 100 vendedores assinados e mais de 170 em negociação, disse o executivo.

Ele, porém, não deu detalhes sobre como se dará a oferta de serviços de logística para os vendedores de marketplace da empresa no começo do próximo ano. “Não queremos oferecer nada abaixo do que já está sendo oferecido ao mercado”, disse o executivo, afirmando que a empresa “defende colaboração” entre os diversos marketplaces em operação no país, como Mercado Livre e Magazine Luiza (MGLU3).

Segundo Faiçal, o GPA deve atingir neste ano vendas online de alimentos no conceito GMV de entre 1,1 bilhão e 1,2 bilhão de reais. Ele não fez projeções sobre o marketplace em 2021, mas afirmou que serão “valores significativos que pretendemos buscar já no próximo ano”.

As ações do GPA exibiam alta de 0,15% às 12h44, enquanto o Ibovespa (IBOV) mostrava variação negativa de cerca de 1%.

Em nota, o Estadão Conteúdo divulgou no final do mês de outubro, cuja a fonte seria do próprio Grupo Pão de Açúcar, que as vendas online de alimentos representaram 6% das vendas totais do multivarejo do GPA e 12,4% das vendas da bandeira do Pão de Açúcar no terceiro trimestre de 2020. Ao todo, as vendas do e-commerce alimentar cresceram 240% versus o mesmo período do ano anterior.

A companhia diz que a alta foi impulsionada por novos clientes, que cresceram 202% e pelo maior tíquete médio em todas as modalidades de entrega. No aplicativo James, essa alta média no valor gasto por conta foi de 10,4%.

Esse aplicativo apresentou crescimento GMV (volume bruto de mercadorias) de 577% no trimestre, com número de pedidos ficando 358% superior ao mesmo período do ano passado.

Segundo o Estadão Conteúdo, o GPA registrou lucro líquido consolidado de R$ 386 milhões aos acionistas controladores no terceiro trimestre de 2020, o resultado é de alta de 151,3% ante o mesmo período de 2019. O Ebtida ajustado do grupo, por sua vez, ficou em R$ 1,663 bilhão, um crescimento de 74,5%.

A receita bruta consolidada do grupo foi de R$ 23,5 bilhões, alta de 11,2% sobre o mesmo período de 2019. O destaque, mais uma vez, foi o braço de atacarejo Assaí. o faturamento do atacarejo foi de R$ 10,1% bilhões, incremento de R$ 2,5 bilhões ante o ano anterior. No conceito mesmas lojas, o crescimento foi de 18,1%.

No multivarejo o faturamento ficou em R$ 7,4 bilhões, crescimento de 10,4% em mesmas lojas, excluindo postos e drogarias. O Grupo Éxito faturou R$ 6 bilhões, avanço de 23,7% nas vendas totais e de 2,3% no critério mesmas lojas, excluindo postos e em moeda constante.

A companhia tem em caixa R$ 7,3 bilhões, o que corresponde a 124% da dívida de curto prazo (12 meses).

Pela visão dos analistas do Banco Safra, o Grupo Pão de Açúcar parece estar pavimentando o caminho para consolidar sua posição de líder no mercado de varejo de alimentos na internet.

De acordo com o relatório assinado por Guilherme Assis e Felipe Reboredo, o plano da empresa (tanto logístico quanto de tecnologia) agrada.

Não por acaso, o preço alvo da ação da varejista é de R$ 102, que daria um retorno de 48% em 12 meses.

Ao longo de 2020, o GPA registrou um aumento de 202% na sua base de clientes e 240% no número de pedidos. Foram 6 milhões de solicitações ao todo e a expectativa é que a receita apenas com produtos alimentares vendidos pela plataforma online atinja R$ 1 bilhão ao final do ano.

A transição do offline para o online foi bastante atabalhoada no começo, com demoras de até 15 dias para entrega de produtos alimentares essenciais, o que colocou dúvidas sobre a capacidade de as empresas realizarem a tarefa de atender esse aumento exponencial dos pedidos online.

Rapidamente, porém, houve um ajuste e o consequente amadurecimento dos deliveries alimentares. Uma das surpresas positivas apontadas em um relatório do Banco Safra foi o lucro operacional da loja online do GPA, excedendo 8% de margem Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

O que ajuda a ter esse lucro foi a omnicanalidade que acontece quando os canais físicos e digitais se integram de maneira mais azeitada.

Segundo o relatório do Safra, o GPA registrou que 50% dos clientes digitais também são clientes do físico e, enquanto o gasto médio anual nas lojas de rua é de R$ 1,1 mil, no online, isso quase triplica, batendo R$ 2,9 mil.

Para completar, segundo o Safra, os responsáveis pelo aumento dos resultados foram exatamente os itens que deram grande dor de cabeça para os varejistas no início da pandemia, os chamados produtos FMCG (bens de consumo de movimento rápido).

Logística

O incremento das vendas online lançou também o desafio ao GPA de otimizar a logística, um gargalo importante para qualquer varejista, em especial, para o de alimentos. A manutenção dos prazos praticados no começo da pandemia significa a inviabilidade do serviço.

Por isso, o grupo criou o GPA Logística, investindo em rastreamento de produtos e agilidade na entrega. Além disso, expandiu a base de lojas capazes de realizar o clique e retire, passando de 126 para 295.

A James Delivery, startup adquirida pelo GPA para agilizar as entregas, também teve participação importante na redução de problemas logísticos, passando a atender 347 lojas, quase sete vezes mais que antes da pandemia.

Fontes: Money Times, Forbes, Extra, CNN Brasil, (Isto é dinheiro 1, 2)

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