A Rede D’Or, uma das maiores companhias de saúde do país, anunciou no dia 17, sua oferta inicial de ações, que pode vir a ser a segunda maior abertura de capital do mercado brasileiro.
Considerando que todos os lotes sejam comprados no teto da faixa de preço estimada para os papéis, entre R$ 48,91 e R$ 64,35, a operação pode movimentar até R$ 12,655 bilhões, no que pode ser o maior IPO do ano, superando até o IPO de BB Seguridade (feito em 2013, de R$ 11,4 bilhões) e ficando atrás apenas da listagem do Santander Brasil, que levantou R$ 13,2 bilhões em 2009.
A operação compreende distribuição primária de R$ 145.677.487 ações ordinárias a serem emitidas pela companhia e secundária de até 50.987.120 ações ordinárias exclusivamente no âmbito da eventual colocação dos lotes adicional e suplementar.
Considerando o preço médio da faixa estimativa, a Rede D’Or São Luiz pode levantar R$ 8,2 bilhões. No topo da faixa de preço, o IPO pode avaliar o grupo em cerca de R$ 128 bilhões.
Entre os acionistas vendedores estão os fundos Carlyle, FIP Delta e o Pacific Mezz PTE Limited (GIC), conforme o prospecto preliminar divulgado.
O encerramento do procedimento de bookbuilding e a precificação da oferta estão previstas para 8 de dezembro, com o início das negociações no segmento Novo Mercado da B3 aguardado para 10 de dezembro, com código ‘RDOR3”.
A oferta está sendo coordenada por Bank America, BTG Pactual, JPMorgan, Bradesco BBI, XP, BB Investimentos, Citi, Credit Suisse, Safra e Santander Brasil.
A Rede D’Or pretende utilizar os recursos da oferta primária para construção de novos hospitais e/ou de expansão das unidades existentes, bem como aquisição de ativos que agreguem know-how ou permitam o desenvolvimento de novas linhas de negócios.
Nos primeiros nove meses do ano, a Rede D’Or teve receita líquida de R$ 9,8 bilhões e um lucro líquido de R$ 156,5 milhões.
O objetivo do grupo é seguir a trajetória de aquisições, que já somam 37 operações ao longo dos últimos anos.
A Rede D”Or pode também chegar à Bolsa com o maior valor do mercado (R$ 112,4 bilhões) entre as empresas da área de saúde com ações negociadas na B3.
As empresas de planos de saúde Notre Dame Intermédica e Hapvida estão avaliadas em R$ 43 bilhões e R$ 50 bilhões, respectivamente. Já a Qualicorp, administradora de planos de saúde, vale hoje R$ 9,7 bilhões.
O apetite do investidor reflete os investimentos que o setor de saúde tem recebido nos últimos anos. Durante os anos de crise, desde 2014, fundos de investimento tem olhado para a área, considerada como uma “aposta segura” em tempos difíceis. A presença de empresas de diferentes áreas da saúde no índice Ibovespa (o principal do mercado brasileiro) é forte.
Além de Intermédica, Hapvida e Qualicorp, fazem parte do Ibovespa Sulamérica (planos de saúde), Raia Drogasil (rede de farmácias), Hypera (fabricante de medicamentos) e Fleury (laboratórios).
No dia 18, a Rede D’Or São Luiz fechou a compra de 100% do Hospital América, localizado em Mauá (SP). A unidade possui 112 leitos com capacidade de realização de cirurgias de diversas especialidades, além de ter estrutura para consultas e pronto atendimento, o respectivo valor da operação não foi revelado.
Fontes: Money Times, Isto é Dinheiro, Forbes, CNN Brasil, (Terra 1, 2) , Globo
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