Em meio ao apagão no Amapá, a energia solar bate recorde no Brasil.
É cada vez maior o número de telhados cobertos por placas fotovoltaicas. E, nos próximos dias, essa energia deverá alcançar a marca de sete gigawatts de capacidade instalada. Isso equivale a aproximadamente meia hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo.
As grandes usinas solares que fornecem eletricidade para o sistema interligado nacional respondem pela menor parte dessa geração. A maior fatia do bolo vem dos telhados. O setor de comércio e serviços aparece à frente quase empatado com os consumidores residenciais.
“Até o ano passado, as grandes usinas de energia solar fotovoltaica lideravam o crescimento da energia solar. Agora são os pequenos sistemas no telhado, na fachada de um edifício, numa casa, numa empresa, no produtor rural ou no prédio público que estão liderando a solar no Brasil”, diz o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.
No Rio, o maior mercado municipal, o Cadeg, instalou há um ano e meio o maior telhado solar do estado. As mais de 5 mil placas fotovoltaicas instaladas no telhado do mercado já garantiram uma economia de R$ 900 mil na conta de luz. A grande vantagem desse modelo de negócio, que se espalha rapidamente pelo Brasil, é que o cliente, no caso o mercado, não gasta um centavo sequer com a instalação desse sistema.
Investidores assumem os custos da instalação e operam o sistema cobrando do cliente uma taxa abaixo do valor da conta de luz convencional.
No caso do mercado, o valor pago corresponde à metade do que vinha sendo pago à distribuidora local de energia.
“Para o Cadeg, porque reduziu o valor da conta que ele pagava diretamente à concessionária de energia. Para o investidor, é interessante porque ele tem a remuneração do capital que ele aplicou”, diz o engenheiro eletricista Rogério Couto Barros.
Um dia depois do apagão no Amapá, Antonio não pensou duas vezes, e decidiu instalar um telhado solar.
“Eu fiz um investimento de R$ 12 mil. Essa energia me garante o funcionamento de seis bicos de luz, três ventiladores, duas televisões, uma impressora, a geladeira e a bomba d’água”, conta o engenheiro de pesca Antônio Valdeni de Oliveira.
Nos últimos 10 anos, o preço dos equipamentos solares caiu quase 90% e a tendência que eles sejam cada vez mais acessíveis. Só no Brasil existem 70 linhas de crédito, públicas e privadas, para quem quer investir nesse tipo de energia.
A energia solar na casa de Antônio é armazenada em baterias que mantém o fornecimento de luz à noite. A casa de Antônio é a única do bairro que não sofre mais com os apagões.
“Eu fico igual a um vagalume, fico só eu aceso, no claro. Me arrependo de não ter feito antes”, diz.
Fonte: Jornal Nacional
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