Por Thiago Ermano – 16 de setembro de 2019
Em entrevista exclusiva ao Business Watching, o CEO da More IT, Rodrigo Dias, conta em detalhes com observar a lei pela visão de quem atua na área da Tecnologia da Informação. Acompanhe:
BW: Já se fala muito sobre o tema. De forma simplificada, Rodrigo, como gestores devem entender a LGPD/LPDP, pelo olhar dos profissionais de TI?
RD – Como uma oportunidade. Não só no aspecto financeiro no que diz respeito a atrair mais investidores pela credibilidade e segurança que essa lei irá trazer, mas também pela oportunidade de melhorar a cultura das empresas, pois o trabalho de adequação trará melhoria para os processos, em geral. A Lei brasileira acompanha uma tendência global, quanto ao direito do titular em relação aos seus dados pessoais.
BW: Empresas que trafegam QUALQUER tipo de dados estão sujeitas e cumprir esta Lei? Dê exemplos para colaborar no entendimento.
RD – Não qualquer tipo de dados, mas os classificados como ‘dados pessoais’, ou seja, qualquer tipo de dado que te identifique (RG, CPF, foto…) ou lhe torne identificável (e-mail, endereço de IP, Renavam, etc). No geral, todas as empresas estarão sujeitas à Lei, pois de qualquer forma, todas coletam dados pessoais de seus respectivos colaboradores – e isso já é motivo suficiente para tal.
BW: Quais tipos de dados especificamente devem ser protegidos?
RD – As empresas devem fazer um trabalho para mapear e classificar todos os dados que sejam corporativos e que sejam dados pessoais. Muito se ouve falar somente da proteção dos dados no âmbito organizacional, mas e o titular? Pessoa física, ser humano, não importa como seja nomeado. Como iremos nos comportar a partir do momento que temos ciência de que existe uma lei para nos trazer transparência e proteção para com os nossos dados pessoais?
O próprio comportamento do brasileiro irá mudar e ainda não sabemos como será isso, pois culturalmente, não fomos educados a nos preocupar com privacidade em certos aspectos. Como as empresas irão lidar com esse novo comportamento? São muitas dúvidas que só serão respondidas a partir de agosto de 2020.
BW: Data Protection Officer é um perfil profissional ainda recente. Qual deverá ser o contato desse perfil de profissional de TI com profissionais do meio jurídico?
RD – Não se trata de um profissional de TI especificamente. O DPO ou Encarregado de Dados, como será conhecido aqui no Brasil, é um profissional que deverá ter conhecimentos em segurança da informação e legislação brasileira. Aqui, já há uma quebra de paradigma dentro das organizações na esfera de governança estratégica, pois o DPO deverá estar no mesmo nível da alta administração.
BW: De que forma a More IT pode colaborar com a adequação da Lei de Proteção de Dados Pessoais, que entra em vigor dentro de 6 meses?
RD – Privacidade e Proteção de Dados é algo que acompanhamos há tempos. Executivos e técnicos da empresa têm estudado diariamente sobre o assunto e treinamentos. Somo uma das poucas consultorias no Páis com certificações internacionais, prontos para realizar este trabalho às empresas brasileiras, com máxima seriedade, pois Leis foram feitas para serem cumpridas, e essa deve pegar. Essa é a premissa.
Somos certificados como DPOs pela Exin, que é uma empresa Holandesa que atua em mais de 165 países e reconhecida pelo setor de tecnologia global. Além disso, a More IT, possui profissionais certificados em Governança, Serviços e Projetos, especialidades mandatórias no trabalho de adequação. Não esquecendo que esse é um trabalho realizado em conjunto com o departamento jurídico das empresas, a More IT possui parcerias com escritórios jurídicos e grandes especialistas em Direito Digital.
BW: O que você aconselha às empresas que precisam executar IMEDIATAMENTE um plano para não perderem o prazo a essa adequação da LGPD/LPDP?
RD – Sendo bem sincero, dificilmente as grandes empresas conseguirão se adequar dentro de 12 meses se forem fazer a adequação de forma séria. A fase de diagnóstico ou assessment leva entre 90 a 120 dias, em média. E a implementação aproximadamente 180 dias, para mais. Sem contar as outras fases do framework de adequação. Para pequenas e médias empresas, talvez seja possível em uma janela menor.
Lembrando que esse é um trabalho que deve ser iniciado no topo da pirâmide de governança corporativa, ou seja, no estratégico (alta administração, C-Level, não importa a nomenclatura), passando pelo tático e depois executando no operacional, sempre com campanhas de conscientização. As empresas deverão investir na adequação, não há outra saída!
Sabemos que a maioria das empresas não provisionou a adequação para o orçamento de 2019, por isso, estamos trabalhando com um diagnóstico que leva esse fato em consideração, na hora de apresentar orçamentos para um plano de adequação completo, em 2020.
Aproveite e escute outra entrevista com o Rodrigo Dias, CEO da More IT, no programa Conexão Corporativa, veiculado na Rádio Mega Brasil. Ouça agora:
Fonte: More IT e Comunicar Bem
Adicionar comentário