A fabricante de hambúrgueres veganos Beyond Meat espera atingir valor de mercado de US$ 1 bilhão em sua estreia na bolsa.
A empresa americana prevê colocar em circulação nos próximos meses 8,75 milhão de ações com preços entre US$ 19 e US$ 21 cada.
Caso os papéis fossem vendidos pelo preço mais alto do intervalo de estimativas, a companhia valeria US$ 1,2 bilhão na oferta pública inicial – IPO, na sigla em inglês. A expectativa é que a operação renda US$ 175 milhões em receita bruta à firma.
Com a injeção de recursos, a marca diz querer explorar a popularidade crescente do veganismo, reforçar sua área de pesquisa e desenvolvimento e expandir as instalações.
Entre seus investidores, a Beyond Meat reúne a multinacional americana Tyson Foods e o cofundador da Microsoft Bill Gates.
A valoração – ” valuation “, no jargão de mercado – bilionária da companhia faz dela uma “empresa unicórnio”.
O termo, cunhado pelo investidor em venture capital Aileen Lee, é usado para se referir a startups de capital fechado com valor de mercado estimado em US$ 1 bilhão ou mais.
Ainda que sejam raras – como sugere o uso do nome de um animal mítico – essas empresas têm se proliferado nos últimos anos, tendo como expoentes os aplicativos de transporte Uber e Lyft, este último de caronas, e o Pinterest.
‘Sangue’ de beterraba
Criada em 2009 pelo empresário Ethan Brown, que até então trabalhava como desenvolvedor de células de combustível a hidrogênio, a empresa faz hambúrgueres, salsichas e “iscas de frango” a partir de proteína vegetal. Elas são formuladas para simular o gosto, a textura e a aparência de carne bovina, suína e de frango.
Até suco de beterraba é adicionado para dar ao hambúrguer uma aparência “sangrenta”. Na receita vai ainda proteína de ervilha, óleo de coco e amido de batata.
Em seu site, a empresa destaca: “Por que precisamos de animais para fabricar carne? Por que não podemos criá-la a partir de vegetais? Acontece que nós podemos, sim. E foi o que fizemos.”
Carreira internacional
O Beyond Burger, carro-chefe da Beyond Meat, faria sua estreia em 350 lojas da rede de supermercados Tesco em agosto de 2018, mas a data foi postergada em três meses devido à demanda aquecida do mercado americano.
Desde então, tem enfrentado uma concorrência acirrada no mercado britânico, com cada vez mais fornecedores nas prateleiras dos supermercados, muitos dos quais também produtores de alimentos veganos.
O nicho, contudo, segue em expansão no país. Pesquisa conduzida pela Vegan Society em 2016 estima que haja cerca de 540 mil veganos no Reino Unido, contra 150 mil em 2006.
E o varejo está atento à tendência: a rede de supermercados Waitrose inaugurou uma área exclusiva para produtos veganos em mais de 130 lojas no ano passado e a Iceland registrou aumento de 10% nas vendas dessa categoria de produtos.
No Brasil, de acordo com uma pesquisa divulgada em maio 2018, 8% da população se declara vegetariana (essa foi a proporção de participantes que disse “concordar plenamente” com a afirmação “Sou vegetariano”). Por aqui, o mercado para produtos veganos também tem se expandido, com número crescente de marcas disponíveis nas prateleiras – a fabricante americana, entretanto, ainda não tem planos de entrar no país.
Fonte: BBC Brasil.
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