O transporte no Brasil custa caro para os empresários. Uma pesquisa elaborada pela Fundação Dom Cabral apontou que o custo logístico consome cerca de 11 % da receita das empresas.
Esse percentual é ainda maior no e-commerce: o transporte de mercadorias corresponde a 58% dos gastos do setor, segundo dados Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).
O valor deve ficar ainda mais alto depois do recente anúncio de aumento de preços dos serviços dos Correios. A PAC e o Sedex, ambos da empresa pública, são utilizados por 92,2% e 84,4% dos lojistas virtuais brasileiros.
É por isso que cada vez mais empreendedores estão buscando alternativas para melhorar as entregas sem onerar as receitas. Startups, como Rappi, Pegaki, BondeEntrega e send4, estão ajudando a modernizar as entregas.
PegAki: Clique e retire
Consumidores que não estão em casa na hora em que o pedido chega ao destino, prédios sem portaria para receber encomendas e áreas consideras de risco pelas transportadoras são apenas algumas das razões que explicam por que as entregas não cheguem ao destino.
Criada por João Cristofolini, Ismael Costa e Daniel Frantz, a startup Pegaki quer popularizar um sistema já consagrado na Europa: o clique e retire.
Grandes varejistas, como a Saraiva e o Magazine Luiza, já utilizam esse modelo. Os clientes compram na loja online, mas optam por retirar o produto na loja física. Esse sistema reduz os custos de transporte e contribui para aumentar o fluxo nos estabelecimentos.
O Pegaki é uma opção para que e-commerces, que não dispõem de estrutura física, ofereçam esse mesmo benefício.
A empresa cadastra comerciantes dispostos a operar como ponto de retirada e os conecta com as lojas online que querem adotar essa modalidade. Dessa forma, os consumidores podem escolher o melhor dia e horário para buscar sua compra.
“Muitos comerciantes têm espaço ocioso e podem guardar mercadorias”, afirma Cristofolini.
É o caso da Ótica Central do Brasil, que comercializa óculos e faz revelação de fotos, localizada na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Há cerca de quatro meses, o estabelecimento se tornou um ponto de retirada do Pegaki.
Nesse período, a loja armazenou cerca de 70 pedidos de e-commerces variados e teve um aumento de 15% do fluxo de clientes.
“Um dos benefícios é que novos consumidores descobrem nossa loja”, afirma João Fernando Alves, proprietário da Ótica Central do Brasil. “Funciona como ferramenta de marketing, pois conseguimos atingir um público diferente e que mora na região.”
Os varejistas ganham em média R$ 300,00 adicionais para armazenar os pedidos do e-commerce.
De acordo com uma estimativa Pegaki, o crescimento médio é de 200 novas pessoas para dentro da loja e cerca 30% acabam comprando um novo produto ou serviço dentro do seu estabelecimento.
Rappi: Tudo na palma da mão
Durante a semana que antecedeu o carnaval, foliões lotaram a Rua 25 de março e a Ladeira Porto Geral em busca das melhores fantasias e adereços.
Para os consumidores sem tempo disponível, a empresa Rappi disponibilizou assistentes de compra na região. Eles realizaram as compras e entregavam no endereço combinado.
A praticidade é uma das palavras-chave para a startup. Fundada em Bogotá, na Colômbia, em 2014, a empresa chegou ao Brasil em julho de 2017 e pretende transformar a relação entre varejo e entregas.
A Rappi surgiu quando os colombianos Símon Borrero, Sebastian Mejía e Felipe Villamarin decidiram transpor o posicionamento dos produtos das gondolas para uma plataforma online.
A empresa promete entregar qualquer coisa: de remédios a bebidas alcóolicas em apenas alguns cliques, mesmo que a loja não tenha serviço de delivery. Se o produto não estiver disponível no aplicativo, o consumidor pode pedi-lo na categoria “desejos”.
O modelo de negócio é similar ao do Uber. Ao escolher um produto no site da Rappi, um motorista é acionado para realizar as compras para o cliente. O produto é entregue no endereço desejado. Todo o processo pode ser acompanhado em tempo real.
Em 2016, a empresa foi acelerada pela americana Y Combinator. Atualmente, as entregas são efetuadas em 12 cidades na América Latina, incluindo São Paulo.
Em breve, a Rappi irá expandir sua operação em quatro novas capitais brasileiras e ampliar as categorias de serviços.
“Por enquanto, estamos focados em fazer parcerias com grandes redes, como Pão de Açúcar”, afirma Bruno Nardon, sócio e presidente da Rappi. “Mas pretendemos em breve criar parcerias com o pequeno varejo.”
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Fonte: Diário do Comércio
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