Conselho aprova a apresentação de proposta para a compra da Vindi, que atua com modelo de assinaturas, software de cobrança e plataforma de pagamento.
Na quinta-feira do dia 29 de outubro, a Locaweb divulgou ao mercado a proposta de aquisição da Vindi, companhia conhecida por seu SaaS (Software as a Service) que viabiliza a gestão de pagamentos recorrentes, como assinaturas.
A Vindi é uma plataforma de clientes recorrentes que movimenta aproximadamente
R$ 4 bilhões em sua plataforma e tem seis mil clientes. A Locaweb, por sua vez, conta com aproximadamente 400 mil clientes recorrentes.
A ideia do negócio é oferecer a plataforma Vindi para essas empresas.
De acordo com o documento publicado, a oferta tem validade para até 5 de dezembro e envolve o pagamento de R$ 180 milhões por 100% das ações da marca.
Segundo documento expedido pela Locaweb, a proposta já foi aceita por acionistas representando 79,33% do capital social total da Vindi, incluindo os três acionistas fundadores que também são os principais executivos da Vindi, liderados por Rodrigo Dantas, CEO da startup.
Avaliada em R$ 180 milhões, o preço de fechamento estará sujeito a determinados ajustes de dívida líquida e capital de giro e os acionistas fundadores mencionados terão o direito a receber eventual earnout, a depender do atingimento de determinadas metas financeiras.
Caso confirmada, a compra reforça a presença da Locaweb dentro do setor de pagamentos. A empresa já conta com a Yapay, adquirida em 2017 e que também possui um sistema de cobranças periódicas.
Os fundadores da Vindi continuariam na operação mesmo após a compra da marca, fundada em 2013 e que acumulou R$ 30 milhões em rodadas de investimento realizadas ao longo do negócio, de acordo com a reportagem do Brazil Journal.
Os atuais acionistas da Vindi são os fundadores Rodrigo Dantas, Reginaldo Dutra e Wagner Narde e os fundos Criatec II, do BNDES que é administrado pela gestora Crescera (antiga Bozano) e a Confrapar.
Com capital aberto desde fevereiro deste ano, a Locaweb está em um movimento de comprar empresas cujos core business complementem áreas nas quais ela já dispõe de serviços.
“Ao menos um terço do meu tempo é dedicado à estratégia de M&A. Nós mapeamos mais de mil empresas e eu me reuni com pelo menos 150 delas. A tese da Locaweb nesses negócios passa por alguns critérios, como ter receita recorrente e produtos consolidados. Completam a relação o potencial de alavancar ainda mais o negócio a partir da integração no grupo e a manutenção dos fundadores no comando da operação incorporada. Somos muito cuidadosos e não saímos comprando empresas para empilhar receita. Vamos reforçar nosso portfólio e abrir novas frentes. Eu tenho muito ainda a entregar para o meu acionista”, disse Fernando Cirne, CEO da Locaweb, em entrevista ao programa Conexão CEO.
Esse é o terceiro negócio da Locaweb desde que abriu o capital.
Com os recursos levantados no IPO, a companhia reservou R$ 575 milhões para operações de fusões e aquisições.
Em setembro a companhia anunciou a compra da Social Miner, especializada em oferecer opções de produtos mais customizadas para usuários de e-commerce por R$ 22,2 milhões. Foi a primeira aquisição da Locaweb após a abertura de capital no início do ano e a ideia da companhia era impulsionar o segmento de marketing nas vendas online e varejo.
Dias depois, anunciou a compra da Etus, empresa que oferece solução para gestão e marketing digital em redes sociais do mercado por R$ 18,95 milhões. Na época, a empresa contava com mais de 100 mil marcas atendidas e o objetivo era fazer a gestão de todas as redes em um único ambiente.
Nos últimos anos, a Locaweb realizou seis aquisições em setores como e-commerce, marketing cloud, hospedagem, cloud computing, pagamentos e aplicativos mobile.
Fundada em 2013, a Vindi deve fechar o ano com um total Payment Volume (TPV) de R$ 4 bilhões e já tem mais de 6 mil clientes ativos. Entre eles estão empresas como Exame, Empiricus e Resultados Digitais.
A companhia nasceu atendendo especificamente o mercado de games e de conteúdo adulto. Com o tempo, passou a atender todo tipo de empresa de pagamentos recorrentes – de academias e escolas até empresas de SaaS e aplicativos por assinatura, passando por funerárias.
Ela opera num modelo SaaS, cobrando assinatura pelo seu software de gestão de carteira e ficando com um take rate sobre o valor transacionado na plataforma.
Com a venda confirmada, a Vindi deve completar a oferta de soluções de pagamentos da Locaweb, que é dona da Yapay, uma subadquirente criada em 2017 e vai ter acesso à base de mais de 400 mil clientes recorrentes da Locaweb.
Ainda de acordo com a publicação, os três fundadores da Vindi continuarão como executivos da Locaweb.
A compra da Vindi segue a estratégia de crescimento inorgânico que a Locaweb prometeu no IPO.
Fundada no final dos anos 90 pelos primos Gilberto Mautner e Claudio Gora, a Locaweb tem 60% da sua receita vinda de hospedagem de sites, mercado no qual é líder no país com 21,6% de share, bem à frente do segundo player, a Hostgator, com 8% e do UOL, com 6,6%.
A companhia fechou o ano passado com faturamento de R$ 385,7 milhões, uma alta de 22,5% frente aos resultados de 2018. O lucro líquido ajustado foi de R$ 28,2 milhões, uma alta de 48,4%.
O segmento de e-commerce teve o melhor desempenho, com uma alta de 46,5% no faturamento.
No total, a Locaweb possui mais de 1,5 mil funcionários, quase 400 mil clientes e 19 mil desenvolvedores parceiros.
Em janeiro, quando a empresa anunciou pela primeira vez o interesse em registrar junto à Comissão de Valores Mobiliários uma Oferta Pública Inicial (IPO), a faixa indicativa de preço definida para a oferta foi entre R$ 14,25 e R$ 17,25 por ação.
A Locaweb captou R$ 1,3 bilhão em IPO em fevereiro deste ano na B3. Desde então, coleciona números que impressionam.
Seus papéis acumulam uma alta de quase 300% e seu valor de mercado saltou de R$ 2,6 bilhões para os atuais R$ 8,6 bilhões.
Fontes: Baguete, ITforum, Isto é Dinheiro, Neofeed, Startupi
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