Um investidor que agregue conhecimento pode ser tão importante quando o próprio dinheiro
Respondido por Yuri Gitahy, especialista em startups
Para muitos empreendedores, conseguir um investidor é uma necessidade para manter a startup viva até se encontrar um modelo de negócios escalável. O que poucos aprendem a tempo é que a insistência em conseguir capital a todo custo pode ser fatal para o projeto.
O dinheiro inteligente, equivalente em português para smart money, deveria ser o alvo de todo empreendedor que busca um aporte, não importando apenas a quantidade de zeros do investimento. A expressão serve para descrever os investidores que não irão aportar somente capital, mas que também serão um diferencial importante para a startup.
Eles costumam trazer forte experiência no mesmo mercado em que a startup atua, contribuem com insights importantes sobre o modelo de negócio, complementam o time com conhecimento em uma área crucial para a empresa, apresentam histórico de investimento na área, têm um forte networking junto aos clientes potenciais. Muitas vezes, estes investidores apresentam uma combinação de vários desses fatores em menor escala, mas são fortes o suficiente para acelerar bastante o projeto.
Uma outra expressão derivada deste conceito é o smarter money ou “dinheiro ainda mais inteligente”. Ela normalmente é usada quando se compara investidores entre si, avaliando seus prós e contras e descobrindo qual opção de investidor-anjo, sócio ou fundo pode ser muito mais útil para a startup do que outras.
Tudo isso não significa que o investidor estará presente no dia a dia da startup, mas sim que ele pode sempre ser consultado sob demanda e trazer insights que façam diferença ao longo da jornada do projeto. Investidores que trazem smart money não costuma dizer “eu acho que você deve” ou “que tal se vocês fizessem assim”, mas sim “veja como essa outra empresa resolveu este problema” e “este é o documento que você precisa”. Menos opinião, mais determinação.
Yuri Gitahy é investidor-anjo, conselheiro de empresas de tecnologia.
Fonte: Exame
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