A 99 se tornou o primeiro unicórnio (startup com avaliação superior a US$ 1 bilhão) brasileiro com a venda para a Didi. A operação envolveu a compra da fatia detida pelos fundos Riverwood Capital, Monashees, Qualcomm Ventures, Tiger Global e pela japonesa Softbank, além da injeção de mais recursos na companhia.
Com a venda do negócio, o novo foco de Ariel Lambrecht, fundador da 99, é a Yellow, também focada em mobilidade.
Desta vez, a atuação trocará os carros por bicicletas, pelo que é possível concluir a partir do logo e do time já anunciado da empresa
Além de Ariel, a Yellow também tem Eduardo Musa entre os fundadores. O executivo atuou na fabricante de bicicletas Caloi, onde foi CEO, por treze anos.
Renato Freitas, co-fundador da 99, também está na liderança da nova startup.
Lambrecht, está com vagas abertas em sua nova startup, criada menos de dois meses depois da venda da 99 para a chinesa Didi Chuxing.
A cidade de São Paulo vai receber, entre julho e dezembro deste ano, 20 mil bicicletas para compartilhamento que poderão ser deixadas e tomadas emprestadas fora de estações pré-definidas. As bikes serão liberadas por um aplicativo de celular mediante modelo de pagamento a ser definido.
O usuário chega ao seu destino, estaciona onde achar melhor- desde que não atrapalhe a circulação-, tranca o cadeado e deixa a bicicleta disponível para o próximo usuário. A iniciativa é da empresa de mobilidade “Yellow”.
A empresa informou que ainda não definiu o valor que será cobrado por cada viagem, mas que pretende aceitar o maior número possível de formas de pagamento, incluindo o Bilhete Único.
As bicicletas têm GPS integrado, de modo que a localização de cada uma sempre esteja monitorada e possa ser vista através do aplicativo. Para evitar furtos, elas são equipadas com acessórios feitos especificamente para o modelo da empresa e que não podem ser usados em outras marcas do mercado.
Para usar as bicicletas disponíveis, o usuário precisará ter o aplicativo instalado em seu celular. Através dele, ele poderá localizar as bicicletas disponíveis. Diante da bicicleta, o aplicativo lerá o código de cada uma e o cadeado será aberto automaticamente. A partir deste momento, o crônometro começa a calcular o tempo de viagem.
“Esse sistema representa mais liberdade, otimização e economia para o usuário, tanto de tempo quanto de recursos financeiros”, afirma Eduardo Musa, um dos responsáveis pela implementação do serviço.
Inicialmente, as bicicletas serão distribuídas pelo centro expandido, mas a empresa pretende ampliar a frota de bicicletas para 100 mil unidades para atender toda a capital.
Segundo a Yellow, a Prefeitura de São Paulo já autorizou o serviço. A empresa aguarda a conclusão do credenciamento para começar a implantação. Em decreto assinado em setembro de 2017, o prefeito João Doria estabeleceu novas regras para o compartilhamento de bicicletas na cidade.
De acordo com o decreto, é de obrigação das operadoras fornecer os dados das viagens à Prefeitura, além de garantir a liberação da bicicleta com Bilhete Único.
“A Yellow compartilhará com a Prefeitura dados relativos aos trajetos realizados pelos usuários, por exemplo de origem e destino. O objetivo é ajudar a Prefeitura fornecendo informações que contribuam para a análise e desenvolvimento de soluções para melhorar o trânsito na cidade. Os dados são anônimos, preservando a identidade dos usuários”, esclareceu a empresa.
Para garantir a manutenção das bikes, a empresa afirma que terá uma “patrulha periódica” que será feita todos os dias. A ideia é que equipes façam varreduras para mapear as bicicletas pela cidade e redistribuí-las “estrategicamente”, mas que os usuários aos poucos redistribuam a rede.
“Para incentivarmos o consumo responsável por parte do usuário, contaremos com uma série de iniciativas como a instalação de bolsões para estacionamento das bicicletas, informativos e sinalizadores que estimulem as boas práticas, bem como programas de pontuação para recompensar o uso consciente”, diz comunicado da Yellow.
No país, a Tembici é o nome mais lembrado no segmento com seu sistema patrocinado pelo Itaú em diversas capitais brasileiras, como Rio, Salvador, São Paulo, Recife e Porto Alegre.
A empresa ainda tem estações em outras cidades em parceria com diferentes patrocinadores, como Bike Belém (com apoio da HAPVIDA), Londrina (GolSat Tecnologia) e Juiz de Fora (Unimed).
Com o modelo da Tembici, o usuário pode retirar a bicicleta numa das estações espalhadas pela cidade e devolvê-la num dos pontos pré-estabelecidos.
No entanto, diversas empresas tentam implementar um sistema que não exija a devolução em estações, o que tem se mostrado um grande desafio.
Em fevereiro, a Gobee, uma empresa de Hong Kong, anunciou que encerraria sua operação na França após menos de seis meses por ter sofrido o que considerou uma “destruição em massa” de sua frota. A companhia relatou que teve mais de 3,4 mil bicicletas estragadas e mais de 1 mil roubadas.
Representantes de uma empresa com sede em Singapura tiveram que retirar 42 bicicletas de um rio em Melbourne, na Austrália, no final do ano passado. Com a falta de lugares obrigatórios para devolução, alguns equipamentos também acabaram em árvores ou simplesmente no meio de calçadas e gramados.
Já na China, onde surgiram muitos dos maiores serviços de compartilhamento, o suprimento de bicicletas supera a demanda em alguns lugares, fazendo com que surjam pilhas de bicicletas excedentes do tamanho de um pequeno prédio.
A Gobee já passado pelo mesmo problema na Bélgica, quando disse que “o vandalismo e os danos causados à frota de bicicletas atingiram limites que [a empresa] não pode mais superar”.
Fundada em 2014 na China, a Ofo é a maior empresa do segmento. A companhia oferece bicicletas em mais de 250 cidades em 20 países, como China, Espanha, Rússia, Itália, Japão, Alemanha, França e Portugal.
A companhia cobra US$ 1 por hora de uso da bicicleta. O pagamento é feito no app utilizado também para desbloquear o equipamento via QR Code.
Adicionar comentário